Em mim não há idade, nem festa
Em mim não há história, nem fósseis
Em mim não há rótulo, nem sexo
O que está em mim se q u e b r a.
Edilberto Vilanova
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
O tempo e a matéria
Um poeta sem matéria
Desfolha a alma,
Flerta o lado torto do verso e espera:
Palavras e resíduos de festas.
Desmaterializado, o verso se industrializa.
Dissimulado, simula o espetáculo,
Encrespa-se, encrava-se e se infesta.
Infestado, imerge e se entristece
E assim, com olhos caleidoscópicos,
O poema, oráculo, copia os séculos
O espetáculo se entardece
E o poeta, binóculo desorbitado,
Decai com a cadência das décadas
E a matéria, já decomposta vira feto,
Enfim, o tempo e o fim.
Descompassado, o poema se emudece.
Edilberto Vilanova
Desfolha a alma,
Flerta o lado torto do verso e espera:
Palavras e resíduos de festas.
Desmaterializado, o verso se industrializa.
Dissimulado, simula o espetáculo,
Encrespa-se, encrava-se e se infesta.
Infestado, imerge e se entristece
E assim, com olhos caleidoscópicos,
O poema, oráculo, copia os séculos
O espetáculo se entardece
E o poeta, binóculo desorbitado,
Decai com a cadência das décadas
E a matéria, já decomposta vira feto,
Enfim, o tempo e o fim.
Descompassado, o poema se emudece.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Submarino
Na hora do mergulho, submerso o submarino subverteu-se
E agora, eis me a desfazer o sonho em taça,
Eis me a seguir relâmpagos na desventura dos cálices,
A entornar vácuos e acordar fantasmas
Eis me aqui dragão nebuloso, risonho e asqueroso
Quando o coração já é fumaça
E o peito se derrama outra vez
E o silêncio grita outra vez
Pois já rodopiaram os instantes e se quebraram os limites.
Quando tudo se cala,
Explodem raros castiçais de nuvens desvirginadas
Em espirais convulsas de hálitos mofados.
Mas a boca ainda se abre e de sobressalto, em retalhos,
Resta à fala e diante dos olhos há tantas coisas!
Tantas palavras que antes eram náufragos
E agora são naus, que embora desatinadas, carregam um grande fardo
E ainda conseguem fugir do sopro da tempestade.
Edilberto Vilanova
E agora, eis me a desfazer o sonho em taça,
Eis me a seguir relâmpagos na desventura dos cálices,
A entornar vácuos e acordar fantasmas
Eis me aqui dragão nebuloso, risonho e asqueroso
Quando o coração já é fumaça
E o peito se derrama outra vez
E o silêncio grita outra vez
Pois já rodopiaram os instantes e se quebraram os limites.
Quando tudo se cala,
Explodem raros castiçais de nuvens desvirginadas
Em espirais convulsas de hálitos mofados.
Mas a boca ainda se abre e de sobressalto, em retalhos,
Resta à fala e diante dos olhos há tantas coisas!
Tantas palavras que antes eram náufragos
E agora são naus, que embora desatinadas, carregam um grande fardo
E ainda conseguem fugir do sopro da tempestade.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
A morte de Cupido
Vingai-vos por amor, adornai
Minhas mãos com fogo
Na regência das palavras, apartai
Parte a parte o todo
Ao amor, esse gracejo, adorai
Partido. Apartei-me do jogo,
Por vê-se ferido, cai,
Vencido, perdi o fôlego.
Com tanto amor esculpido,
Ainda rola o pranto,
Não se ouviu o grito de cupido
E ele, deus desvalido,
Desafinou-se, afagou o canto
Quedou-se e feneceu desconstruído
Edilberto Vilanova
Minhas mãos com fogo
Na regência das palavras, apartai
Parte a parte o todo
Ao amor, esse gracejo, adorai
Partido. Apartei-me do jogo,
Por vê-se ferido, cai,
Vencido, perdi o fôlego.
Com tanto amor esculpido,
Ainda rola o pranto,
Não se ouviu o grito de cupido
E ele, deus desvalido,
Desafinou-se, afagou o canto
Quedou-se e feneceu desconstruído
Edilberto Vilanova
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