quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Estou voltando...

Ontem, na hora do almoço, o feijão não me soou com o mesmo gosto e na cabaça já não mais se escondia aquele restinho de água que o sol da manhã me ajudou poupar. Depois do almoço, quando pontinhas de sono cobriam meus olhos, sonhei com carne de boi feita em panelas de ferro no fogão de vovó, lá nas bimbocas da cachininga. Velha de tempêro ardido e de uma mão divina no conduzir de uma panela.
Lembro-me também que nesta hora vovô chegava de uma espera de viado. Dizia ele ao chegar: "como ou não nessas encostas" e logo se agasalhava sobre os pés de uma cadeira, com fumo e palha de milho na mão começava a contar a mim e meus primos dos bichos e assombrações que o mesmo encontrou na noite que se foi no último nascer do sol. Eu e meus primos ouviamos!. Vovó pisava carne no pilão do alpendre e de lá vinha aquela vontade de que o almço chegasse logo.
Tio Toim chegava e contava que a sogra dele havia sido picada de cobra. Vovô brincava dando lhe os parabéns. Vovó logo o repreendia e já corria ao quarto da dispensa e de um buraco na parede arracava um pote de azeite de burití: grande brigador e combatente contra veneno de cobra na crendiçe dela. A velha sogra do tio tem o santo forte e sangue de mandipueira, graçejava vovô ao ouvir dizer que a envenenada já lograva melhora.
Naquela hora, mais calma, vovó deitava a panela na cozinha e, feito passarinhos, eu e meus primos nos chamavamos ao propósito dos nosso estomagos em aflição. Neste instante, um formigão malvado morde minha orelha e eu me dou conta do inferno que despoja meu corpo e o suor do meu rosto me traz a lembrança do restinho de água na cabaça.

Arlam Marques

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Epifania

E de repente, em mais um
Dos teus passos lentos
Tú toparás com um papel
Em branco à tua frente
Então o branco da vida
Se perderá no tempo
Dispersando tuas pétalas
Jogando tua grande rosa ao vento
Assim tú encontrarás tua alma
Como uma faca de dois gumes
Apontada para tuas nádegas
E enfim tú verás
Que não valeu de nada
As tuas tristes mágoas

* Dedicado a Laécio Galileu

Edilberto Vilanova

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Santos!!!

Somos o fruto perdido da plantação, sonhado nos cabarés
Banhado a vinho maravilhoso
Produzido sobre os pés de negros passados
Fui e somos, eu e meu presente, o passado daquele futuro que nunca vem

Comprei um quilo de esperana nos olhos da negra de bunda larga
Bunda como aquela ilude vários olhos de bundas inimaginaveis
Será que somos perfeitos quando o bico do peito de nossa amiga ficou à nossa frente
Eu fui tão perfeito que quis tê-lo sempre
Ah como sou santo de olhos fechados
Nessa hora as bundas não fazem mal
Elas apenas aparecem onde niguém consegue pegar

Arlam Marques

Super(nova)

Quando o sol puser a cara do mundo
Cara-a-cara entenderei que o intinerário é raio perdido
Entre o Câncer e a Aids
E a química desabrochada do corpo
O tronco desatinado e oco
Discrepará os rios(ultra) violetas
E a terra será purpura ou flash vermelho
Um delta de fogo, um grito
um susto, uma dor e um rito
tambores ritmando o ritmo descompassado da vida

E quando o sol for a cara do mundo
Não haverá fronteiras nem continentes
Haverá radioterapia e quimioterapia
e assim, entenderei o vazio que há
entre meu corpo e o corpo alheio

Enfim saberei do meu avesso
Do meu caminho e meu endereço

Edilaberto Vilanova

sábado, 13 de outubro de 2007

bala perdida

um ponto
um gatilho
um encontro
surge mirabolante
furiosa
com destino certo
tenebrosa
perdida?
não.
em busca de vida.
desatinando o tempo
denorteando mundo
cortando vento
paaaaa!!!!
um grito
um choro
um nó
das cinzas
do pó


Eder pereira

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Deficiências


"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. "Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.. "Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. "Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês."Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. "Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce."Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre. "

Mario Quintana (escritor gaúcho 30/07/1906 -05/05/1994).
Postado por Hérika Prazeres

Poema Mudo

"O que é que se diz
Quando todos os poetas já disseram tudo?"
Silenciei e fiz esse poema mudo

Vivaldo Simão

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Fênix

Calou-se uma voz
Quedou-se um anjo
Calou-se um canto
Velou-se um corpo

Cala-te pobre anjo
Chora por tua morte
Chora por tua estrela
Porém chora em silencio

Esvaiu-se uma flor
Calou-se o amor
Ouviu-se um grito
Escancarou-se um riso

Ouviu-se uma voz
Levantou-se um anjo
Ouviu-se um canto
Ressuscitou-se um espírito.

Edilberto Vilanova

O galo


O sertanejo bateu as asas
E foi para São Paulo
Eis que levou consigo um galo
E um cabrito enfeitado


Antes do entardecer

O sertanejo brigava com o diabo

Foi quando Deus apareceu

Num trem hidráulico

E disse: paz para um homem cansado!


Eis que quando o trem passou

O galo cantou

E os homens acordaram para o trabalho


E antes do anoitecer

O galo voltou a cantar

E bateu as asas

E o sertanejo voltou pra casa.


Edilberto Vilanova

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Fulgor

Chegou de repente
Aquecendo meu coração
Esqueci-me do tempo
E saí da solidão

Deliro no seu corpo
No seu rosnar sonolento
Queria subir ao céu
No fulgor do pensamento

Vejo-te a todo instante
Com uma saudade latente
Quero um beijo sem fim
Quero um afago ao vento

Enche-me de vibrações intensas
Na vasta calmaria do poente
E aqueça-me em teus braços
Torne me emocional e ardente

Lecy Carvalho

Sonho Competitivo

Dispara ao longe
Os primeiros raios de sol
O farfalhar das folhas,
O uivo do vento
Traz o prenuncio desse novo despertas

Sons inertes, em alerta
Nos tornando dispresos
Para esse dia resplandecente
Girando em torno do universo

Um dia de luta,
Um dia de briga,
Um dia de vida
Sonhos concretizados
Outros desiludidos

E depois de exterminada
A última questão
A sorte estará lançada
Aos concorrentes da imensidão

Mas a vida é uma incognita constante
Ganhamos ou perdemos num instante
E só não ganha aquele que não tem
Coragem pra competir

Lecy Carvalho

Rotatividade

Nas nuvens esparsas da tarde
O fim de um dia reluzente
O sol que outrora tão forte
Se escondia no poente

A lua chega de mansinho
Trazendo estrelas cadentes
E sobre a noite solitaria
Aquece corações ardentes

Agora a cidade dorme
Banhando se toda em luar
Revigorando nossas forças
Nos dando asas pra voar

Mas logo o dia amanhece
Pondo-se em rotatividade
E entre risos e burburinhos
Fortalece-se a cidade

Lecy Carvalho

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Retirante

Retirante

Re
Ti
Ra
A
Ti
Ra
Errante
E
Dês(ata)
Desse sono
De pedras dantes
Retirante
No horizonte
O arco(iris) se esconde
E do dragão nebuloso
Surge um trovão e um relâmpago
Um machado e uma nave
Trincheira e almo(fadas)
Uma espada e um buraco
B
U
R
A
C
O

R
A
S
O
Buraco ralo
Onde o boi bebe água
E um sapo baba
Ser-tão brabo
Onde o sol arde
E os pólos e as peles
E a flor e os pelos
Viram eletricidade
E se o fio de cobre cobrir
A entrada do buraco
RE
TI
RA
As cordas
Acorda
Forme acordes
De cada fibra
De cada fio
Com o corte nas amarras
O cordão desata as cordas
Esconda os nós
A poeira e os cipós
A nave louca anuncia
Vidasobremorte
E mortesobrevida
E da esquina do desespero
Uma vaca mocha bebe petróleo
A cada morte e vida Severina
Explode a nova bomba de Hiroxima
E Severino retirante resvala
E só a cigana louca do Pernambuco
Sabe do teu fado
Do teu reboco
Do teu rebento
Do teu cimento
Dos teu as(falto)
Do teu regaço
E ainda há carne seca no telhado
Retira
Atira
Errante
E desata
Desse sonho
De pedras dantes
Retirante

sábado, 11 de agosto de 2007

Grito da alma

O grito surdo da alma
desvenda a morte





Eder pereira

Vida

Na hora da matina
o mundo segue acelerando
a vida passa
telas;
metais;
plásticos e vidros
fazem a vida mais fácil
mas encurtam o tempo
com pressa de chegar
momento confuso de parar
a vida passa
homens a trabalhar
inertizando a vida
gritos de motores dando a partida
cuidado! vidros!
a vida passa
arvorespapeis nutrem a riqueza
movem a morte
cuidado!
homem pensando
bomba relógio
-tic,tac,tic,tac!
bum mm!
a vida passa



Eder pereira

Perca

A surdez da morte

desprende o grito

da perca






Eder pereira
.............Extrapolei os sonhos!Vivenciei as mágoas. Convivi com fracos, suportei os falsos. Mantive-me em pé, mesmo com as pedras me atingindo em cheio. Varri da alma a revolta O desprezo inútil,As críticas, e a descrença falsa. Reabri meu coração à vidaLutei, Deixei reflorescer a ternura. Olhei em volta e para o céu sem fim...Contemplei a beleza das coisas mas simples e ternas ...me conformei com o mundo, me conformei com a vida.Com a vida e com o mundo......que mereci pra mim que me presentearam...Obrigada, Senhor, pela volta que a vida me fez dar.Aprendi a amar-te, sem mandamentos,Aprendi a viver sem cobranças...Aprendi a dizer e ouvir o lado das coisaspela simples razão de te amar...JOCIELMA SANTOS

A dor da saudade.........


Meus olhos banhados em prantos , demonstram a dor da saudade....



saudade de você que está tão longe de mim agora....



SAUDADE...



do abraço apertado;



do corpo colado;



do beijo roubado..............horas passadas ao sol, ao vento, ao tempo...



Tempo irremediável à volta, a gestos, a palavras..enfim a vida...



VIDA que se carrega;



AMOR que se entrega;



TEMPO que se nega;



Sem chances...vivo o passado distante e guardo de lembranças os momentos ausentes, tentando me libertar do presente eme conformar com o futuro.




Jocielma Santos.........In Goiás.


terça-feira, 7 de agosto de 2007

Cirurgia

Sonhos e cortes de sol
Medos, desejos e revoltas
Entrelaçados
Nas revistas e nos lençois

Sonhos e cortes de metal
O ferro marca a carne
E alma forma uma viajem
Quando repartem se os laços
E cada um toma o seu lado
E a cada novo corte
Um novo sonho é formado
Até que o corpo
Não tenha mais espaço
Para novos cortes
E na busca pelos sonhos
Encontra-se
Com o mais completo dos sonhos
Que se faz com um único corte
O corte que esgota o sangue
O sonho que completa o homem:
A morte.

Edilberto Vilanova

Banditismo

Há alguém a bater na porta
Será a vida ou será a morte?
Alguém a bater na porta
A vida ou a morte?
Na porta
A vida ou a morte
Porta
Vida
Morte
Na porta
A vida ou a morte
A vida ou a morte?
Morte

Girassol


Nascer: ser um nó

Para girar sóis

E desatinar-se só

Para enfim virar pó


Edilberto Vilanova
Um anjo camelo? (conto)



Os tempos eram outros. O cinema não tinha cadeiras confortáveis e inclinadas, daquelas que permitem a alguém sentar na frente e não incomodar os que estão atrás.

O cinema tinha cadeiras dobradas, como cadeiras de praia de luxo, no tom vermelho.

Era complicado escolher entre as pipocas e as balas. Escolhia a pipoca e ficava com saudade das balas. Não havia saco grande, médio e pequeno. Havia um saquinho e pronto.

Gostava de chegar um pouco antes de começar o filme. Assim escolhia um lugar com a frente vaga.

Durante os trailers, ansiava e me enervava com quem chegava. Um senhor com lanterna e quepe de motorista acompanhava os atrasados aos lugares que restavam. Senhores como ele, eram chamados de "lanterninhas". (essa profissão não existe mais).

Dos 7 aos 8 anos, nunca encontrei sorte. Sempre uma mesma pessoa sentava na minha frente. Não que fosse enorme. Na verdade, até um pavão seria enorme para minha idade. Mas o homenzinho exibia duas corcovas nas costas. Ou seria uma? não me recordo se parecia um camelo ou um dromedário.

As corcovas eram maiores que sua cabeça e muito maiores do que a minha, e eu não enxergava absolutamente nada.

Não assisti aos filmes de minha infância. Assisti as corcovas do sujeito, que usava um terninho apertado.

As corcovas se mexiam, como se houvesse alguma coisa ali escondida. Um imensa barriga que vinha das costas.

Uma imensa barriga com fome. Havia barulho de pombas se mexendo.

Todo filme acabava sendo de terror, pelo medo que guardava das corcovas.

A minha irmã não queria trocar de lugar comigo. Ainda me falou aos ouvidos que ele era um anjo.

Como anjo não pode entrar no cinema, precisava engavetar as asas. Fiquei com mais medo dele ainda. Como poderia gritar ao anjo:" Saia da minha frente!" Seria horrível não poderia fazer mais a primeira comunhão. Eu estava no banheiro quando, atrás de mim, entra o homenzinho.

Ai, meu Deus. Quase volto, mas finjo que lavo as mãos. Ele começa a tirar o casaco.

Faltou coragem para olhar aos lados. Juro que ouvi um vento fortíssimo secando meu rosto e arrepiando os cabelos. A janela apareceu aberta.


Fabrício Carpinejar



Postado por Hérika Prazeres.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

POR ONDE ANDARÁ...



Pessoal cadê vocês?Vou postar um poema já que o pessoal sumiu.
Por favor não deixem a peteca cair!
(Prof. Stefano Ferreira)


BUSCA


NADAR

NO RIO

SECO

DO

BURACO

PRESO

À

MARGEM

PROFUNDO

BUSCAR

QUE

A

ALMA

CANTA

E

NUNCA

CONSEGUE

CHEGAR


STEFANO FERREIRA(Poema escrito em maio de 2002)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

CO2



Automóveis
Movem
A morte


Edilberto Vilanova

Noticia




A qualquer hora haverá noticia de vida

A qualquer hora haverá noticia de morte


Quando a aurora desabrochar teu sonho pequeno

Convida-me para ver teu filho,

Convida-me para ver teu norte

Mas antes que seja tarde sela o teu cavalo

Sai pela porta de entrada e depois de um tempo,

Convida-me para ver tua casa


E quando a aurora desabrochar teu sonho pequeno

Olha teu filho,

Beija teu fantasma,

Beba teu veneno,

Vê que o nosso amor não deu em nada

E tenha cuidado:

Pois

A qualquer hora haverá noticia de vida

A qualquer hora haverá noticia de morte


O que arde debaixo do sol

Desaparece

O que arde debaixo do sol

Permanece


Edilberto Vilanova

Migração


Partir pro Sul:
Difícil parto
Repartir-se do cordão umbilical
Ensaio do vôo de passaro
E o coração materno teso de saudade
Parado na estação
Cria do Norte têm sede de sonho
E o acaso esperando na parada

Vivaldo Simão

ERA VARGAS

Luta
Derrota
Luta
Vitória
Luta
Vitória
Derrota
Luta
Vitória
Era Vargas

EDER PEREIRA

Dois virgens

Um noturno de Chopin,
O vinho tinto,
O aroma da amanhã,
O inceso,
O silencio
Assentando sobre o quarto.
Envolto pela ânsia e a meia-luz

Dois pares de olhos flamejantes,
Hesitantes olhos!
E a brancura dos lençois:
Oceano insinuante de aguas serenas
Nos convida a navegar
Sendo partida e destino um do outro

Agora, a nossa volta ruídos serenos
E a vida que se derrama silenciosa e lenta
Uma brisa se insinua entre as flores
E eu prendo o instante entre os dedos,
Enquanto o tenho junto das mãos
As mãos que são dadas às
E te convidam a provar comigo
A maravilha de viver

Lá fora a cidade adormecida e quente
Parece incapaz
De supor nós dois.

Vivaldo Simão

Efêmera Jornada

Um belo dia você nasce então,
Derrama do peito um grito
E logo é tomado pelas mãos
Dos que esperam de você
O desenlace de anseios falidos.

Lhe jogam num colégio
Pra aprende as regras cedo
Lhe regam a flor do medo
Pra não ter rebelião

E a dança é sempre a mesma:
Vão viver a sua vida por você
Talhar ideologias,moldar comportamentos
Lhe fazer acreditar que é natural
E que tudo não passa de um mal necessário

Vem um breve instante de luz
E logo se diz:
“Por que passar por tudo isso
Se o fim é sempre o mesmo?

E se busca resposta,se espera...
E esperar é dor,então se esquece

Um belo dia a gente morre
Lança no ar o último suspiro
Sem saber o motivo
E do sentido de estar vivo

Vivaldo Simão

terça-feira, 10 de julho de 2007

CINEMA



HOJE, OS 2 FILHOS DE FRANCISCO, VÃO ESTÁ NA I MOSTRA DE CINEMA DA VILLA DO MOCHA

quinta-feira, 5 de julho de 2007

I MOSTRA DE CINEMA DA VILLA DO MOCHA

O FILME O CORONEL E O LOBISOMEM, SERÁ UMA DAS ATRAÇÕES DA MOSTRA

A Secretaria Municipal de Cultura comunica, que por questões estruturais, a I MOSTRA DE CINEMA DA VILLA DO MOCHA, que acontecerá do dia 9 ao dia 13 de julho, acontecerá na Casa de Cultura Solar das 12 Janelas e não nos bairros como estava na programação. Queremos retificar o comunicado e dizer que o festival de cinema, será intensificado no segundo semestre nos bairros da cidade e na zona rural do município, através do projeto PREFEITURA ITINERANTE.

PROGRAMAÇÃO
Casa de Cultura Solar das 12 Janelas
Horário: 20h

Segunda – 09 de julho
Filme: Amor, sexo e traição

Terça – 10 de julho
Filme: Os 2 filhos de Francisco

Quarta – 11 de julho
Filme: O coronel e lobisomem

Quinta – 12 de julho
Filme: O homem que copiava

Sexta – 13 de julho
Filme: Cipriano ( Primeiro longa piauiense )
Abril Despedaçado

segunda-feira, 2 de julho de 2007

POR QUE???


pq a vida é só uma?
pq o tempo é só um momento?
pq os segundos são tão rápidos?
pq vc some?
pq não sumimos?
pq não amamos?
pq não vivemos?
pq não acreditar?
pq não sonhar?
pq não crer no futuro?
pq não idealizar?
pq não nós dois?
pq?
pq?
pq?..................

JOCIELMA SANTOS

Propaganda

Dessa vez não é poesia,crónica ou coisa do tipo.Só quero divulgar aqui nesse espaço o endereço de blog interressantes pra vcs darem uma conferida:
O 1º é do nosso copanheiro de UESPI, Junior Viana, acadêmico de História www.mosaicodavila.blogspot.com
Em seguida o Blog genial da Babi (Barbara Sá), um verdadeira poetiza
www.dizetudireieu.blogspot.com
E por último o blog do Centro Acadêmico de Letras Português – Pirajá
http://geleiageraluespi.zip.net

domingo, 1 de julho de 2007


HOJE


Extrapolei os sonhos!
Vivenciei as mágoas.
Convivi com fracos,
suportei os falsos.
Mantive-me em pé,
mesmo com as pedras me atingindo em cheio.
Varri da alma a revolta
O desprezo inútil,
As críticas,
e a descrença falsa.
Reabri meu coração à vida
Lutei,
Deixei reflorescer a ternura.
Olhei em volta e para o céu sem fim...
Contemplei a beleza das coisas mas simples e ternas
...me conformei com o mundo, me conformei com a vida.
Com a vida e com o mundo...
...que mereci pra mim que me presentearam...
Obrigada, Senhor, pela volta que a vida me fez dar.
Aprendi a amar-te, sem mandamentos,
Aprendi a viver sem cobranças...
Aprendi a dizer e ouvir o lado das coisas
pela simples razão de te amar...

JOCIELMA SANTOS


VIDA

Anda!!! caminha!!!
Segue tua jornada
Alimenta amores
Destroi corações
Eterniza a fé
Revive a dor

Levanta-te.....continua a jornada
Tropeça entre pedras
Agarra-se entre mãos
Cultiva o saber
Aproveita-se dos outros
ganha
perde
há hora de viver
início
há hora de morrer
fim
...

JOCIELMA SANTOS

EU


Estou aqui ..........
a qualquer momento nao saberei onde estou
nem de onde vim
apenas me prende,
senão o tempo carregrá a imagem,
o verso,
a palavra,
a voz,
o susurro.... enfim .........eu

JOCIELMA SANTOS

sexta-feira, 29 de junho de 2007

São Paulo


Eu ví!Eu ví!
Uma mina de ouro
Na ponta do arco!

D3C1FR4 M3

Respire, não pare, permaneça respirando
O aroma toxico da manhã
Os automóveis lançam no ar seu monóxido
E o lixo sonóro que transborda do radio
Envenena seu ouvido
Mas ouça, não pare de ouvir, permaneça atento
Uma nova informação a cada momento
Enturvando os sentidos
Mas não feche os olhos, permaneça atento
Porque a porta aberta
para o claro enigma
Que oculta a vida
Convida a entrar

Vivaldo Simão

Amemos

Ontem amei a a história que sonhei a vida inteira
Só que a história, como as outras, terminou
Porque minha sombra não passou naquele fim de noite
com os vaga lumes que tomavam a estrada.
Ah!noite imensa!Por que não sentes a minha dor e acordas logo?
Chame o dia!Preciso falar com ele!
Tem uma flor doente nos meus olhos
Um rio corre em meu seco sorriso
para rumos imemoraveis
Oh!Noites!por que os amores consomem se no silencio das nossas vozes?
Noites azuis de ares quentes,
Dea mores passados entre gemidos mudos
Começo a amanhecer minha sombra no lito deste amor
Que enlaça tão bem minha vontade de dizer:
Amemos!

Arlam Marques

Crônica

O relógio da matriz denuncia que já são seis horas e do horizonte já é possível vê-las vindo de longe.Mesmo assim, é possível ver seus instrumentos: paus, pedras, vassouras, ciscadores, tambores (não os de Angola, Luanda, pois não serão os deuses d’africa os louvados), mas sim os da sociedade, que não as vê.Mas eu as vejo, mudas, sem vida, sem desejos, sem inspiração.Por que será que só na calada da noite é que elas surgem? Por que não nas quintas ou sextas-feiras pra que o mundo as veja?Será que só eu as vejo?Será que Deus as vê?
O trabalho começa.
De um ponto qualquer elas começam a varrer a cidade-centro.Impetuosamente alguém cai e logo em seguida é levantado.Corro pra ver quem é e vejo a surpresa: Meu Deus!Não é ninguém!É a vontade de viver.É possível ver crianças.Significa que ainda há esperança, mas em que?
O trabalho é em união, mas ao mesmo tempo solitário e por que não solidário para consigo?
O trabalho de um dia terminou.As pás, os ciscadores, o lixo, a vida, os instrumentos, os tambores foram recolhidos e guardados Deus sabe onde.

Igor Literato

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Derme

Neste momento estou sozinho
Mas com um lamento,
Sinto frio sem tua derme
Que me esquenta
Sinto a presença tua que atormenta
E não deixa meu pensamento
E o frio aumenta
Mesmo contigo nos meus sentimentos
E ao passar dos minutos
Vou ficando frio
E sem acalento
Esperando que o sono
Entorpeça meus pensamentos

Raphael Fontinelle

COTIDIANO

Carros agitam-se no vai e vem
Fumaças exalam-se em direção ao céu
Na passarela, brancos, negros, pardos
Mostram a confusão de raças que o Brasil tem.
Na esquina mendigos desolados
Estendendo a mão para o senhor de gravata
Tiros!
__ Pá! Pá! Pá!
Correria em meios a gritos e desespero
Mais que morre, mais um que mata
Noticias frescas na banca de jornal
Mortes, violências e outra vez um escândalo no Planalto Central.
__ Podem encostar hoje ta barato!
__ Aqui tem tudo meu senhor!
__ Leve dez por um!
A pobreza driblando a burguesia
Criando caos
Contornando fatos cheios de maresia
__ Vamo seu filho da puta sai se não...
__ Rum, rum, rummmmmm...
__ Pá! Pá! Pá!
__ Puf! Track!
A ambição falou mais alto
Vidros quebrados, curiosos e muito sangue no asfalto
__ Uiu, uiu, uiu!
Policia
IML
Ninguém viu, ninguém sabe nada
Tudo arquivado
A sociedade segue com medo na calçada
...
Transito parado
Malabarismo na faixa
Vidro limpado
Rosto conformado
Na TV, palavras soam promessas em ação
Prometem futuros marcados por corrupção
Crianças saem de uma escola
Defrontam com uma imagem degradante...
Esmola
Olho que vêem e não sentem
Passam e disfarçam
Deixando tudo permanente.

EDER PEREIRA

GRASSAR

Rutilantemente nasci
Sem anjo torto
Vivo.
Depois
Morto.
Tive que morrer
Pra aprender viver
Tive que pecar
Pra aprender amar
Tive que chorar
Pra aprender sorrir
Mediei-me em meio a percas
Descrenças;
Farpas;
Cercas.
A certeza da morte
Traz-me a dúvida da vida
Antologicamente vivi quase tudo
Mas nem tudo é vivido.

EDER PEREIRA

SAUDADE


SAUDADE

A VIDA COSTUMA TER FIM.
O INCERTO NÃO USA PREVISÕES;
QUERIA ANTECIPAR O ETERNO;
OUVIR NOVAMENTE A TUA VOZ.
VOCÊ FOI A PERFEIÇÃO PRA MIM .

TEUS OLHOS PREGADOS NOS MEUS FICOU;
E ANTES QUE SE APAGASSE A CHAMA
PERMITA-ME DAR MAIS UM GOLE EM VOCÊ;
CONTEMPLAR O ÚLTIMO OLHAR, TALVEZ O MAIS TERNO.
OS OLHOS DE DEUS PARECERAM DE PEDRA NESTE MOMENTO.

QUANDO CALOU O CANTO DO TEU SUSPIRO;
O CEU DESBOTOU, O CHÃO SE ABRI;
CHOREI A DOR MAIS PROFUNDA,DURA, SECA, MUDA;
PERMITA-ME UM SINGULAR A DEUS;
QUE DURARÁ O ETERNO DO MEU EXISTIR.

O QUE RESTOU DA PRESENÇA TEM GOSTO DE FEL.
O TEMPO NÃO MAIS EXISTE PARA O LEMBRAR QUE MACHUCA;
DEIXEI-O IR, MAS PEDI EM SILÊNCIO
QUE ME ESPERASSE NA ETERNIDADE.

TEREI ESQUECIDO VOCÊ ASSIM QUE O ETERNO CHEGAR AO FIM.

SOCORRO XAVIER

PASSAGEM

PASSAGEM
Por instantes uma vida,
por minutos sonhos,
por segundos interrogações...
e por mais que seja dificil aceitar ...
fica a pergunta:
o que somos???
o que temos???
o que fomos??
nunca passamos de mera passagem,
mero discípulo da vontade de deus...
há passagem e pessoas que deixam marcas,
outras nem arranhões...
a vida é uma viagem e por ela andamos
tentando entender o por que do passado.
a razão do presente.
e tentando adivinhar o que ocorrerá no futuro.
vida
viva-a.
JOCIELMA

Trabalho Escolar

Vem a necessidade sob a precisão
Vem a professora sobre a decisão
Vem o corpo discente euforico atuar
Quando a professora quer que o máximo de nós venhamos dar

Eu trabalho na esquina, no bar da Maria
Meus colegas não fazem nada e se ocupam todo dia
Busco um pouco de espaço na minha decisão
De querer ser aluno sem querer explicação
Desculpe-me por essas bobagens que acabo de escreve
rSem elas me conheceriam sem ter de mim o que dizer

Arlam Marques

Brumas do Mocha

Nas brumas leves do Mocha
Revejo no pensamento
A minha infancia dourada
Correndo a todo momento

Caia na tua correnteza
Respirando tua beleza
Nos momentos perdidos no tempo
Na viajem do pensamento

Sonhos que se fazem pó
No mato que cresce ao redor
Dos rochedos e alvoredos
O riacho Mocha se faz só

Lecy Carvalho

Amarante


...E no fim da rua:

O rio!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

TEMPO


TEMPO
As palavras me fogem com o pranto...
Lágrimas rolam pela minha face,
Outras se acalentam em meu peito com a dor da incerteza do futuro,
E a certeza de um querer inevitável de amar,
Sofrer se necessário;
Sorrir quando possível, se entregar...
Viver.
Mas condiciona-se a vida a uma passagem,
Onde deveríamos aproveitar os momentos sem pensar no futuro...

Mas como???

O tempo nos persegue,
Nos encurrala, e extrai aos poucos o que de bom conquistamos...

O tempo rouba meu tempo,
Deixa-me sem tempo para vida.

Com o tempo construímos planos,
Edificamos ideais,
E realizamos sonhos...Agora sinto que ele levou o meu “eu”,
Sinto-me sem identidade...ele levou minha outra metade,
Destruindo,
Despedaçando tudo que sonhava ser e ter,
Um pouco para mim...
VOCÊ!!
Sinto que tenho que ir,
O tempo corre a minha frente,
Ele está à espera....
Más ficará no peito a certeza,
Do entrar e sair de seres em nossas vidas,
E uma certeza maior ainda,
Q eu o amor permanece e o tempo o adormece,
Mas jamais apagará.

JOCIELMA

Dizer

Diga briga a todo o mundo
Diga: mundo vagabundo
Fale diga
Diga fale
Chore dizendo
Diga chorando
Chore sorrindo
Apareça dizendo
Diga desapareça
Obedeça diga
Mexa-se folgado
Onde dizem?
Esqueça o dizer
Diga esqueçer
Diga merda à vida
Vida diga merda
Lixo digamos
Lixo falemos
Somos lixo recompondo
Disseram:
Aproveite
Respeite
Se ajeite


Arlam Marques

Acalento

Dorme Oeiras querida
Berço do meu Piauí
Esqueçe de tantos lamentos
Do povo que vive aqui

Acalenta teu povo sofrido
Das perdas e predestinações
Permita que o raiar de um novo dia
Aqueça nossos corações

Que neste novo despertar
O dia nasça diferente
Discrepando entre as nuvens
O sol do nosso firmamento

O horizonte da labuta
Desta gente serena e inconsequente
Que sonha com seus amores
E com um dia reluzente
Dorme minha Oeiras querida
Dorme... e esqueçe do tempo


Lecy Carvalho

terça-feira, 26 de junho de 2007

Parto


Este sou eu: alguém que busca.

Entre tantas faces que eu não conhecia

Eis que estou aqui, buscando em mim

Um resquíscio qualquer de poesia


E a poesia, o que é?

Um jorro do magma dos subterrâneos do meu peito?

Uma polaróide do universo exterior filtrado e impresso?

E a poesia, como fazê-la?

Encaro-a, esfinge, sem sabê-la

E ela me rí com o canto da boca e diz:

"Decifra-me ou te devoro!":

"A poesia é a pergunta

e a própria resposta"

Eis que parí um poema

Vivaldo Simão

Trevas No Paraíso

Enquanto eu me afogava nas trevas
Ao meu lado: chips e vidros
Prendiam o universo
Em uma pequena tela.
E progressivamente,
minha alma ganhava luz
E o universo, em tela, tornava-se
Uma cápsula mentalmente reduzida
Em segundos a pequena tela resolvia enigmas.
Então o universo
Com todas as suas curvas tornou-se
Apenas uma minúscula partícula,
Um teclar maquinalmente exato
E descartável
Para escancarar meu riso
E imediatamente
Encontrar trevas
No paraíso.
Edilberto Vilanova

segunda-feira, 25 de junho de 2007

CHEGANDO COM FORÇA TOTAL

No decorrer das aulas da disciplina Crítica Literária, desenvolví um trabalho de análises de obras a partir das correntes da crítica literária.
Ao longo das leituras e abordagens que fomos travando em sala, os grandes mestres da literatura eram os analizados de forma acadêmica.
No último trabalho realizado pelos alunos na disciplina, houve mesas de debate sobre as principais correntes da crítica e nessas apresentações muitos exemplos analíticos foram dados com poemas dos própios alunos.
A sala é uma verdadeira fábrica de poemas, crônicas e contos.Os alunos me encantaram com o estilo e a forma de se relacionarem com a literatura, que também é minha grande paixão.
Então resolví criar um blog e presenteá-los com essa idéia para que a obra daqueles poetas maravilhosos fossem divulgadas.
Quero lembrar que o gerenciamento do blog a partir de hoje é dos alunos e qualquer aluno daquela sala que queira publicar nesse espaço seus textos poderá usá-lo.
Sejam bem vindos a Fabrica de Textos dos Alunos de Letras-Portugês do Campus professor Possidônio Queiroz(2006/2009)

Professor Stefano Ferreira