sexta-feira, 29 de junho de 2007

São Paulo


Eu ví!Eu ví!
Uma mina de ouro
Na ponta do arco!

D3C1FR4 M3

Respire, não pare, permaneça respirando
O aroma toxico da manhã
Os automóveis lançam no ar seu monóxido
E o lixo sonóro que transborda do radio
Envenena seu ouvido
Mas ouça, não pare de ouvir, permaneça atento
Uma nova informação a cada momento
Enturvando os sentidos
Mas não feche os olhos, permaneça atento
Porque a porta aberta
para o claro enigma
Que oculta a vida
Convida a entrar

Vivaldo Simão

Amemos

Ontem amei a a história que sonhei a vida inteira
Só que a história, como as outras, terminou
Porque minha sombra não passou naquele fim de noite
com os vaga lumes que tomavam a estrada.
Ah!noite imensa!Por que não sentes a minha dor e acordas logo?
Chame o dia!Preciso falar com ele!
Tem uma flor doente nos meus olhos
Um rio corre em meu seco sorriso
para rumos imemoraveis
Oh!Noites!por que os amores consomem se no silencio das nossas vozes?
Noites azuis de ares quentes,
Dea mores passados entre gemidos mudos
Começo a amanhecer minha sombra no lito deste amor
Que enlaça tão bem minha vontade de dizer:
Amemos!

Arlam Marques

Crônica

O relógio da matriz denuncia que já são seis horas e do horizonte já é possível vê-las vindo de longe.Mesmo assim, é possível ver seus instrumentos: paus, pedras, vassouras, ciscadores, tambores (não os de Angola, Luanda, pois não serão os deuses d’africa os louvados), mas sim os da sociedade, que não as vê.Mas eu as vejo, mudas, sem vida, sem desejos, sem inspiração.Por que será que só na calada da noite é que elas surgem? Por que não nas quintas ou sextas-feiras pra que o mundo as veja?Será que só eu as vejo?Será que Deus as vê?
O trabalho começa.
De um ponto qualquer elas começam a varrer a cidade-centro.Impetuosamente alguém cai e logo em seguida é levantado.Corro pra ver quem é e vejo a surpresa: Meu Deus!Não é ninguém!É a vontade de viver.É possível ver crianças.Significa que ainda há esperança, mas em que?
O trabalho é em união, mas ao mesmo tempo solitário e por que não solidário para consigo?
O trabalho de um dia terminou.As pás, os ciscadores, o lixo, a vida, os instrumentos, os tambores foram recolhidos e guardados Deus sabe onde.

Igor Literato

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Derme

Neste momento estou sozinho
Mas com um lamento,
Sinto frio sem tua derme
Que me esquenta
Sinto a presença tua que atormenta
E não deixa meu pensamento
E o frio aumenta
Mesmo contigo nos meus sentimentos
E ao passar dos minutos
Vou ficando frio
E sem acalento
Esperando que o sono
Entorpeça meus pensamentos

Raphael Fontinelle

COTIDIANO

Carros agitam-se no vai e vem
Fumaças exalam-se em direção ao céu
Na passarela, brancos, negros, pardos
Mostram a confusão de raças que o Brasil tem.
Na esquina mendigos desolados
Estendendo a mão para o senhor de gravata
Tiros!
__ Pá! Pá! Pá!
Correria em meios a gritos e desespero
Mais que morre, mais um que mata
Noticias frescas na banca de jornal
Mortes, violências e outra vez um escândalo no Planalto Central.
__ Podem encostar hoje ta barato!
__ Aqui tem tudo meu senhor!
__ Leve dez por um!
A pobreza driblando a burguesia
Criando caos
Contornando fatos cheios de maresia
__ Vamo seu filho da puta sai se não...
__ Rum, rum, rummmmmm...
__ Pá! Pá! Pá!
__ Puf! Track!
A ambição falou mais alto
Vidros quebrados, curiosos e muito sangue no asfalto
__ Uiu, uiu, uiu!
Policia
IML
Ninguém viu, ninguém sabe nada
Tudo arquivado
A sociedade segue com medo na calçada
...
Transito parado
Malabarismo na faixa
Vidro limpado
Rosto conformado
Na TV, palavras soam promessas em ação
Prometem futuros marcados por corrupção
Crianças saem de uma escola
Defrontam com uma imagem degradante...
Esmola
Olho que vêem e não sentem
Passam e disfarçam
Deixando tudo permanente.

EDER PEREIRA

GRASSAR

Rutilantemente nasci
Sem anjo torto
Vivo.
Depois
Morto.
Tive que morrer
Pra aprender viver
Tive que pecar
Pra aprender amar
Tive que chorar
Pra aprender sorrir
Mediei-me em meio a percas
Descrenças;
Farpas;
Cercas.
A certeza da morte
Traz-me a dúvida da vida
Antologicamente vivi quase tudo
Mas nem tudo é vivido.

EDER PEREIRA

SAUDADE


SAUDADE

A VIDA COSTUMA TER FIM.
O INCERTO NÃO USA PREVISÕES;
QUERIA ANTECIPAR O ETERNO;
OUVIR NOVAMENTE A TUA VOZ.
VOCÊ FOI A PERFEIÇÃO PRA MIM .

TEUS OLHOS PREGADOS NOS MEUS FICOU;
E ANTES QUE SE APAGASSE A CHAMA
PERMITA-ME DAR MAIS UM GOLE EM VOCÊ;
CONTEMPLAR O ÚLTIMO OLHAR, TALVEZ O MAIS TERNO.
OS OLHOS DE DEUS PARECERAM DE PEDRA NESTE MOMENTO.

QUANDO CALOU O CANTO DO TEU SUSPIRO;
O CEU DESBOTOU, O CHÃO SE ABRI;
CHOREI A DOR MAIS PROFUNDA,DURA, SECA, MUDA;
PERMITA-ME UM SINGULAR A DEUS;
QUE DURARÁ O ETERNO DO MEU EXISTIR.

O QUE RESTOU DA PRESENÇA TEM GOSTO DE FEL.
O TEMPO NÃO MAIS EXISTE PARA O LEMBRAR QUE MACHUCA;
DEIXEI-O IR, MAS PEDI EM SILÊNCIO
QUE ME ESPERASSE NA ETERNIDADE.

TEREI ESQUECIDO VOCÊ ASSIM QUE O ETERNO CHEGAR AO FIM.

SOCORRO XAVIER

PASSAGEM

PASSAGEM
Por instantes uma vida,
por minutos sonhos,
por segundos interrogações...
e por mais que seja dificil aceitar ...
fica a pergunta:
o que somos???
o que temos???
o que fomos??
nunca passamos de mera passagem,
mero discípulo da vontade de deus...
há passagem e pessoas que deixam marcas,
outras nem arranhões...
a vida é uma viagem e por ela andamos
tentando entender o por que do passado.
a razão do presente.
e tentando adivinhar o que ocorrerá no futuro.
vida
viva-a.
JOCIELMA

Trabalho Escolar

Vem a necessidade sob a precisão
Vem a professora sobre a decisão
Vem o corpo discente euforico atuar
Quando a professora quer que o máximo de nós venhamos dar

Eu trabalho na esquina, no bar da Maria
Meus colegas não fazem nada e se ocupam todo dia
Busco um pouco de espaço na minha decisão
De querer ser aluno sem querer explicação
Desculpe-me por essas bobagens que acabo de escreve
rSem elas me conheceriam sem ter de mim o que dizer

Arlam Marques

Brumas do Mocha

Nas brumas leves do Mocha
Revejo no pensamento
A minha infancia dourada
Correndo a todo momento

Caia na tua correnteza
Respirando tua beleza
Nos momentos perdidos no tempo
Na viajem do pensamento

Sonhos que se fazem pó
No mato que cresce ao redor
Dos rochedos e alvoredos
O riacho Mocha se faz só

Lecy Carvalho

Amarante


...E no fim da rua:

O rio!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

TEMPO


TEMPO
As palavras me fogem com o pranto...
Lágrimas rolam pela minha face,
Outras se acalentam em meu peito com a dor da incerteza do futuro,
E a certeza de um querer inevitável de amar,
Sofrer se necessário;
Sorrir quando possível, se entregar...
Viver.
Mas condiciona-se a vida a uma passagem,
Onde deveríamos aproveitar os momentos sem pensar no futuro...

Mas como???

O tempo nos persegue,
Nos encurrala, e extrai aos poucos o que de bom conquistamos...

O tempo rouba meu tempo,
Deixa-me sem tempo para vida.

Com o tempo construímos planos,
Edificamos ideais,
E realizamos sonhos...Agora sinto que ele levou o meu “eu”,
Sinto-me sem identidade...ele levou minha outra metade,
Destruindo,
Despedaçando tudo que sonhava ser e ter,
Um pouco para mim...
VOCÊ!!
Sinto que tenho que ir,
O tempo corre a minha frente,
Ele está à espera....
Más ficará no peito a certeza,
Do entrar e sair de seres em nossas vidas,
E uma certeza maior ainda,
Q eu o amor permanece e o tempo o adormece,
Mas jamais apagará.

JOCIELMA

Dizer

Diga briga a todo o mundo
Diga: mundo vagabundo
Fale diga
Diga fale
Chore dizendo
Diga chorando
Chore sorrindo
Apareça dizendo
Diga desapareça
Obedeça diga
Mexa-se folgado
Onde dizem?
Esqueça o dizer
Diga esqueçer
Diga merda à vida
Vida diga merda
Lixo digamos
Lixo falemos
Somos lixo recompondo
Disseram:
Aproveite
Respeite
Se ajeite


Arlam Marques

Acalento

Dorme Oeiras querida
Berço do meu Piauí
Esqueçe de tantos lamentos
Do povo que vive aqui

Acalenta teu povo sofrido
Das perdas e predestinações
Permita que o raiar de um novo dia
Aqueça nossos corações

Que neste novo despertar
O dia nasça diferente
Discrepando entre as nuvens
O sol do nosso firmamento

O horizonte da labuta
Desta gente serena e inconsequente
Que sonha com seus amores
E com um dia reluzente
Dorme minha Oeiras querida
Dorme... e esqueçe do tempo


Lecy Carvalho

terça-feira, 26 de junho de 2007

Parto


Este sou eu: alguém que busca.

Entre tantas faces que eu não conhecia

Eis que estou aqui, buscando em mim

Um resquíscio qualquer de poesia


E a poesia, o que é?

Um jorro do magma dos subterrâneos do meu peito?

Uma polaróide do universo exterior filtrado e impresso?

E a poesia, como fazê-la?

Encaro-a, esfinge, sem sabê-la

E ela me rí com o canto da boca e diz:

"Decifra-me ou te devoro!":

"A poesia é a pergunta

e a própria resposta"

Eis que parí um poema

Vivaldo Simão

Trevas No Paraíso

Enquanto eu me afogava nas trevas
Ao meu lado: chips e vidros
Prendiam o universo
Em uma pequena tela.
E progressivamente,
minha alma ganhava luz
E o universo, em tela, tornava-se
Uma cápsula mentalmente reduzida
Em segundos a pequena tela resolvia enigmas.
Então o universo
Com todas as suas curvas tornou-se
Apenas uma minúscula partícula,
Um teclar maquinalmente exato
E descartável
Para escancarar meu riso
E imediatamente
Encontrar trevas
No paraíso.
Edilberto Vilanova

segunda-feira, 25 de junho de 2007

CHEGANDO COM FORÇA TOTAL

No decorrer das aulas da disciplina Crítica Literária, desenvolví um trabalho de análises de obras a partir das correntes da crítica literária.
Ao longo das leituras e abordagens que fomos travando em sala, os grandes mestres da literatura eram os analizados de forma acadêmica.
No último trabalho realizado pelos alunos na disciplina, houve mesas de debate sobre as principais correntes da crítica e nessas apresentações muitos exemplos analíticos foram dados com poemas dos própios alunos.
A sala é uma verdadeira fábrica de poemas, crônicas e contos.Os alunos me encantaram com o estilo e a forma de se relacionarem com a literatura, que também é minha grande paixão.
Então resolví criar um blog e presenteá-los com essa idéia para que a obra daqueles poetas maravilhosos fossem divulgadas.
Quero lembrar que o gerenciamento do blog a partir de hoje é dos alunos e qualquer aluno daquela sala que queira publicar nesse espaço seus textos poderá usá-lo.
Sejam bem vindos a Fabrica de Textos dos Alunos de Letras-Portugês do Campus professor Possidônio Queiroz(2006/2009)

Professor Stefano Ferreira