segunda-feira, 26 de maio de 2008

Poema àcido

Morda vossa laranja amarga
Pinte vossos olhos com cebola e limão
Guarde vossos chinelos, vosso segredos
E vossos brinquedos

O crepusculo e seus raios de fogo afungentaram o teu rebeto
e o teu regaço
E tú ficastes deserta, dispersa,
manchada de cinza e sangue
E quando o (ultra)sol(violeta)violentou teus olhos
Passastes a ouvir o grito preso na garganta
Passastes a sentir o ácido da lingua de quem te protegia
Ao ver que o livro de receitas lido pelo avesso discrepou tua rosa
Que a muito tempo já estava morta.
Agora Dê-me uma maçã
Um abacaxi, uma laranja amarga
Uma roupa rasgada, um perfume barato
Um coração de lata e um chocolate
E quando beberes o vinho lembre
Do cheiro e do sangue que ainda habita nossas roupas
Esqueça as lagrimas que desceram inuteis pelo esgoto
E veja que o que ardeu em nosso corpos
Hoje é neve, é nave
É um passaro, a fumaça
E as nuvens, é um rio, um mar e um poço.

Edilberto Vilanova

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