terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sadopoema

A poesia não bate à porta
Salta sobre a janela
Contamina a casa

Todo poeta é uma virgem
À espera da poesia
Ela chega num cavalo branco
E toma o poeta pra si
Deflora o poeta

A poesia é sádica
Cospe um não na cara do poeta
E se nega
Enquanto se insinua
De mordaça e chicote
Exulta ante a suplica do poeta

A poesia é o pesadelo do poeta
Companheira da musa de olhos arregalados: insônia
Mas quando vem e se dá
É gozo de alma e carne
É delírio onírico do poeta disperso.


Vivaldo Simão

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