Já desperto o sonho de mortos vivos,
Acabrunhados pelo sono em apoteoses,
Fantoches e confetes dão vau à carne.
A felicidade bate à porta
E sem demora, avisa que veio pra ficar.
Edilberto vilanova
sábado, 22 de novembro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Identidade
Em mim não há idade, nem festa
Em mim não há história, nem fósseis
Em mim não há rótulo, nem sexo
O que está em mim se q u e b r a.
Edilberto Vilanova
Em mim não há história, nem fósseis
Em mim não há rótulo, nem sexo
O que está em mim se q u e b r a.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
O tempo e a matéria
Um poeta sem matéria
Desfolha a alma,
Flerta o lado torto do verso e espera:
Palavras e resíduos de festas.
Desmaterializado, o verso se industrializa.
Dissimulado, simula o espetáculo,
Encrespa-se, encrava-se e se infesta.
Infestado, imerge e se entristece
E assim, com olhos caleidoscópicos,
O poema, oráculo, copia os séculos
O espetáculo se entardece
E o poeta, binóculo desorbitado,
Decai com a cadência das décadas
E a matéria, já decomposta vira feto,
Enfim, o tempo e o fim.
Descompassado, o poema se emudece.
Edilberto Vilanova
Desfolha a alma,
Flerta o lado torto do verso e espera:
Palavras e resíduos de festas.
Desmaterializado, o verso se industrializa.
Dissimulado, simula o espetáculo,
Encrespa-se, encrava-se e se infesta.
Infestado, imerge e se entristece
E assim, com olhos caleidoscópicos,
O poema, oráculo, copia os séculos
O espetáculo se entardece
E o poeta, binóculo desorbitado,
Decai com a cadência das décadas
E a matéria, já decomposta vira feto,
Enfim, o tempo e o fim.
Descompassado, o poema se emudece.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Submarino
Na hora do mergulho, submerso o submarino subverteu-se
E agora, eis me a desfazer o sonho em taça,
Eis me a seguir relâmpagos na desventura dos cálices,
A entornar vácuos e acordar fantasmas
Eis me aqui dragão nebuloso, risonho e asqueroso
Quando o coração já é fumaça
E o peito se derrama outra vez
E o silêncio grita outra vez
Pois já rodopiaram os instantes e se quebraram os limites.
Quando tudo se cala,
Explodem raros castiçais de nuvens desvirginadas
Em espirais convulsas de hálitos mofados.
Mas a boca ainda se abre e de sobressalto, em retalhos,
Resta à fala e diante dos olhos há tantas coisas!
Tantas palavras que antes eram náufragos
E agora são naus, que embora desatinadas, carregam um grande fardo
E ainda conseguem fugir do sopro da tempestade.
Edilberto Vilanova
E agora, eis me a desfazer o sonho em taça,
Eis me a seguir relâmpagos na desventura dos cálices,
A entornar vácuos e acordar fantasmas
Eis me aqui dragão nebuloso, risonho e asqueroso
Quando o coração já é fumaça
E o peito se derrama outra vez
E o silêncio grita outra vez
Pois já rodopiaram os instantes e se quebraram os limites.
Quando tudo se cala,
Explodem raros castiçais de nuvens desvirginadas
Em espirais convulsas de hálitos mofados.
Mas a boca ainda se abre e de sobressalto, em retalhos,
Resta à fala e diante dos olhos há tantas coisas!
Tantas palavras que antes eram náufragos
E agora são naus, que embora desatinadas, carregam um grande fardo
E ainda conseguem fugir do sopro da tempestade.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
A morte de Cupido
Vingai-vos por amor, adornai
Minhas mãos com fogo
Na regência das palavras, apartai
Parte a parte o todo
Ao amor, esse gracejo, adorai
Partido. Apartei-me do jogo,
Por vê-se ferido, cai,
Vencido, perdi o fôlego.
Com tanto amor esculpido,
Ainda rola o pranto,
Não se ouviu o grito de cupido
E ele, deus desvalido,
Desafinou-se, afagou o canto
Quedou-se e feneceu desconstruído
Edilberto Vilanova
Minhas mãos com fogo
Na regência das palavras, apartai
Parte a parte o todo
Ao amor, esse gracejo, adorai
Partido. Apartei-me do jogo,
Por vê-se ferido, cai,
Vencido, perdi o fôlego.
Com tanto amor esculpido,
Ainda rola o pranto,
Não se ouviu o grito de cupido
E ele, deus desvalido,
Desafinou-se, afagou o canto
Quedou-se e feneceu desconstruído
Edilberto Vilanova
sábado, 27 de setembro de 2008
Outras partes
Não chores como eu
Invente uma arte
Não fique falho como eu
Pois existe outro
Que se encontra em qualquer parte
E quem está aqui
Não sou eu nem o outro
É apenas a parte louca
Que contesta a novela volúvel
Que insiste no mesmo capítulo
Quando brota um novo jornal
Porém, com o mesmo noticiário.
Variável dor
Que não sabe se dói ou se desfaz o amor.
Amor?
Será o amor condenado, calculado, sacrificado,
Servido à mesa num prato raso?
Mas, não chores como eu
Invente uma arte
Pois quem está aqui
Não sou eu nem a parte louca,
Agora é o outro
Que vem de outras partes
E se reparte em arte.
Edilberto Vilanova
Invente uma arte
Não fique falho como eu
Pois existe outro
Que se encontra em qualquer parte
E quem está aqui
Não sou eu nem o outro
É apenas a parte louca
Que contesta a novela volúvel
Que insiste no mesmo capítulo
Quando brota um novo jornal
Porém, com o mesmo noticiário.
Variável dor
Que não sabe se dói ou se desfaz o amor.
Amor?
Será o amor condenado, calculado, sacrificado,
Servido à mesa num prato raso?
Mas, não chores como eu
Invente uma arte
Pois quem está aqui
Não sou eu nem a parte louca,
Agora é o outro
Que vem de outras partes
E se reparte em arte.
Edilberto Vilanova
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Sadopoema
A poesia não bate à porta
Salta sobre a janela
Contamina a casa
Todo poeta é uma virgem
À espera da poesia
Ela chega num cavalo branco
E toma o poeta pra si
Deflora o poeta
A poesia é sádica
Cospe um não na cara do poeta
E se nega
Enquanto se insinua
De mordaça e chicote
Exulta ante a suplica do poeta
A poesia é o pesadelo do poeta
Companheira da musa de olhos arregalados: insônia
Mas quando vem e se dá
É gozo de alma e carne
É delírio onírico do poeta disperso.
Vivaldo Simão
Salta sobre a janela
Contamina a casa
Todo poeta é uma virgem
À espera da poesia
Ela chega num cavalo branco
E toma o poeta pra si
Deflora o poeta
A poesia é sádica
Cospe um não na cara do poeta
E se nega
Enquanto se insinua
De mordaça e chicote
Exulta ante a suplica do poeta
A poesia é o pesadelo do poeta
Companheira da musa de olhos arregalados: insônia
Mas quando vem e se dá
É gozo de alma e carne
É delírio onírico do poeta disperso.
Vivaldo Simão
Adeus amigo triste (Somos um povo doente)*
Luiz não quis ficar. Partiu. Tomou mais cedo o trem arcano e inevitável a qualquer um de nós. Luiz partiu, e porque?. Deixou filhos e ausência de explicações. Talvez porque soubesse que partir é tão inexplicável quanto ficar. Disse não ao sol de uma segunda-feira quente e virou estatística. Eu vi seu corpo estático e pensei num paradoxo: Em silencio absoluto Luiz gritava: “nós somos um povo triste!”.
Debaixo dessa casca festeira somos doentes de uma melancolia enrustida. Os homens são bichos estranhos e tristes mas eu falo especificamente do homem oeirense. A sina suicida dessa cidade me abisma desde muito cedo.
Luiz foi encontrado com uma corda no pescoço. Aqui se nasce com uma simbólica corda no pescoço. Ela afrouxa-se e aperta-se, regulada por um estranho mecanismo invisível que se veste de sorrisos e solta fogos de artifícios. Com o barulho do lado de fora a fera se esconde por dentro e devora sem se fazer notar. A fera se veste de fé, que é o contentamento de quem já não tem qualquer outro sentido pra viver além da esperança de recompensas, da espera de novos Jardins do Edens.
Engraçado com a gente espera tão pouco da vida que a gente tem! Já reparou que a maioria de nós vive em função da vida que a gente espera pra depois da vida?
A fera se veste de paixões porque a paixão é a substancia do homem.
Existe aquele velho clichê que diz que ”a vida é um circo”. E nós, o que somos? Não sei. Mas sei bem o que não aprendemos a ser: nós não aprendemos a ser domadores> Não aprendemos que o ofício de domar a fera pode até ser perigoso mas é imprescindível pra que transcorra bem esse espetáculo chamado vida.
“Por que a gente é assim? Canibais de nós mesmos, antes que a terra nos coma”
*escrevi esse texto a um tempão e perdi-o entre papeis. Só hoje pude reencontra-lo e publico agora minha homenagem ao meu amigo Lú, que me ensinou acordes e sonhos.E ao povo triste desse lugar estranho que tem sido meu ninho a 20 anos.
Vivaldo Simão
Debaixo dessa casca festeira somos doentes de uma melancolia enrustida. Os homens são bichos estranhos e tristes mas eu falo especificamente do homem oeirense. A sina suicida dessa cidade me abisma desde muito cedo.
Luiz foi encontrado com uma corda no pescoço. Aqui se nasce com uma simbólica corda no pescoço. Ela afrouxa-se e aperta-se, regulada por um estranho mecanismo invisível que se veste de sorrisos e solta fogos de artifícios. Com o barulho do lado de fora a fera se esconde por dentro e devora sem se fazer notar. A fera se veste de fé, que é o contentamento de quem já não tem qualquer outro sentido pra viver além da esperança de recompensas, da espera de novos Jardins do Edens.
Engraçado com a gente espera tão pouco da vida que a gente tem! Já reparou que a maioria de nós vive em função da vida que a gente espera pra depois da vida?
A fera se veste de paixões porque a paixão é a substancia do homem.
Existe aquele velho clichê que diz que ”a vida é um circo”. E nós, o que somos? Não sei. Mas sei bem o que não aprendemos a ser: nós não aprendemos a ser domadores> Não aprendemos que o ofício de domar a fera pode até ser perigoso mas é imprescindível pra que transcorra bem esse espetáculo chamado vida.
“Por que a gente é assim? Canibais de nós mesmos, antes que a terra nos coma”
*escrevi esse texto a um tempão e perdi-o entre papeis. Só hoje pude reencontra-lo e publico agora minha homenagem ao meu amigo Lú, que me ensinou acordes e sonhos.E ao povo triste desse lugar estranho que tem sido meu ninho a 20 anos.
Vivaldo Simão
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Asa delta
Subiu a serra
Para esconder o fado
De longe se via seu desalinhar,
Comprimiu gotas de esquecimento
Rompeu com os astros invisíveis da sua mente
Robusto e novamente cego comprou asas, virou deltas,
Disperso, decaiu-se sobre o arco, abriu asas e voou.
Mais valia o último vôo do que o navegar
De náuseas e dias compartidos.
Então encontrou o fado
E desceu a serra.
Edilberto vilanova
Para esconder o fado
De longe se via seu desalinhar,
Comprimiu gotas de esquecimento
Rompeu com os astros invisíveis da sua mente
Robusto e novamente cego comprou asas, virou deltas,
Disperso, decaiu-se sobre o arco, abriu asas e voou.
Mais valia o último vôo do que o navegar
De náuseas e dias compartidos.
Então encontrou o fado
E desceu a serra.
Edilberto vilanova
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Elos
Sons em tons de rosa
Ressaca de novas ondas
Lá fora a chuva corre calma
Enquanto em me retraio
E me expando até onde jaz qualquer possivel limite
Não há mesuras nessa total falta de espaço
Nem relogios que abriguem esse tempo
No delicado espaço entre o que sou e o que sinto
Nenhum sentido
Todo o sentido do mundo
E todos os sentidos são
Holofontes inversos
Acenam o porto de fora pra dentro
Por um minuto indefinido
Eu, fossil de um homem perdido na história
Adormeci
E acordei nos braços de um tempo
Em que os limites eram lanços rotos
Na ânsia da quebra
Um parto entre homens que eu era
E homens que de mim virão.
Vivaldo Simão
Ressaca de novas ondas
Lá fora a chuva corre calma
Enquanto em me retraio
E me expando até onde jaz qualquer possivel limite
Não há mesuras nessa total falta de espaço
Nem relogios que abriguem esse tempo
No delicado espaço entre o que sou e o que sinto
Nenhum sentido
Todo o sentido do mundo
E todos os sentidos são
Holofontes inversos
Acenam o porto de fora pra dentro
Por um minuto indefinido
Eu, fossil de um homem perdido na história
Adormeci
E acordei nos braços de um tempo
Em que os limites eram lanços rotos
Na ânsia da quebra
Um parto entre homens que eu era
E homens que de mim virão.
Vivaldo Simão
Despertador
Ao despertar da dor
A exatidão do tempo rompe o silêncio
Em rascunhos e fagulhas.
De novo o alvorecer, sonho retirante a abrir feridas
O corpo se desfibra e arde novamente
O sol, condenado a nascer, recorta as vísceras
E espalha pelos escombros de qualquer mercado
Flores e lástimas cobertas de vítimas.
Não mais vozes do silencio
Agora mapas do acaso
Não mais amores vãos
Agora resquícios de orgasmos
nada mais escuro
Agora louvores
Cores e atores
Abram as cortinas para o teatro corrosívo do dia
Pois repleto de dramas
Recomeça mais um grande ato amargo e mágico de viveres.
Edilberto Villanova
A exatidão do tempo rompe o silêncio
Em rascunhos e fagulhas.
De novo o alvorecer, sonho retirante a abrir feridas
O corpo se desfibra e arde novamente
O sol, condenado a nascer, recorta as vísceras
E espalha pelos escombros de qualquer mercado
Flores e lástimas cobertas de vítimas.
Não mais vozes do silencio
Agora mapas do acaso
Não mais amores vãos
Agora resquícios de orgasmos
nada mais escuro
Agora louvores
Cores e atores
Abram as cortinas para o teatro corrosívo do dia
Pois repleto de dramas
Recomeça mais um grande ato amargo e mágico de viveres.
Edilberto Villanova
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Efeito estufa
Vorazes e alheias ao corpo
Balas de metal cortam a avenida
Criam um mar sobre nossas cabeças
E um túmulo sobre nossos pés
No asfanto, pequenas flores murchas
Termicamente invertidas, agonizam
Sobrevivem aos tragos
de minerais e gáses enfurecidos
É o desatino exato da prole do inseto
Que formula seu próprio inceticida
Acedam incensos para a morte
Que na metrópole ninguém chora
Ou será que ninguém ama?
Estamos no fim dos tempos
É a evasão total do amor
Uma vez provincia sempre provincia
A louca da esquina queria saber
Porque o jornaleiro se matou
Será que nos jornais não há mais palavras de amor?
Acedam incensos para morte
que na metrópole ninguém chora
Tumulto! Abalou a avenida central
O que foi? Foi suicídio
Ele se envenenou com fumaça
E morreu asfixiado
Automóveis movem à morte
Há arvores mortas na calçada
Há canções mortas seguindo o cortejo
Há jornais sobre o corpo do jornaleiro
Edilberto Vilanova
Balas de metal cortam a avenida
Criam um mar sobre nossas cabeças
E um túmulo sobre nossos pés
No asfanto, pequenas flores murchas
Termicamente invertidas, agonizam
Sobrevivem aos tragos
de minerais e gáses enfurecidos
É o desatino exato da prole do inseto
Que formula seu próprio inceticida
Acedam incensos para a morte
Que na metrópole ninguém chora
Ou será que ninguém ama?
Estamos no fim dos tempos
É a evasão total do amor
Uma vez provincia sempre provincia
A louca da esquina queria saber
Porque o jornaleiro se matou
Será que nos jornais não há mais palavras de amor?
Acedam incensos para morte
que na metrópole ninguém chora
Tumulto! Abalou a avenida central
O que foi? Foi suicídio
Ele se envenenou com fumaça
E morreu asfixiado
Automóveis movem à morte
Há arvores mortas na calçada
Há canções mortas seguindo o cortejo
Há jornais sobre o corpo do jornaleiro
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Carrocéu
Da aurora ao luar corre em círculos
Cavalos e moinhos endoidecidos
Sobre meninos e lobos: homens adulterados
E corações dissolvidos em óleo diesel
Da aurora ao luar o cavalgar ondulado
E a corrida ressequida dos dias
Inscrições de cimento e vida
Que correm pro céu corre(céu) de carrossel
E de tanto elo, de tanta corrente, de tanto correr
Se despedaçam os risos
E a tez enegrecida da lua
Traz o replicar dos sinos e tudo se divide:
Estampidos e gritos viram detritos de silencio
E de tanto abraço os braços se enlaçam
De tanta palavra a boca se cala
De tanto cavalgar as patas se partem
De tanto dar-se as mãos os dedos se abrem
E de resto sobra esse hesitar
Ah! Esse hesitar de amigos em conflito
Esse hesitar de amores retrô(cidos)
E dos grilos recolhendo magoas no telhado
Ah! Esse hesitar de tantos idos
De lagrimas, labirintos e hinos
Esse hesitar a adulterar o itinerário dos meninos
Epitáfio feito ao rebentar da vida
De mármore e morte
De resto sobra esse hesitar
Trancafiado em viés, trocando anéis
E correndo sempre para o mesmo lugar
Correndo pro céu corre(céu) de carrosséis
Edilberto Villanova
Cavalos e moinhos endoidecidos
Sobre meninos e lobos: homens adulterados
E corações dissolvidos em óleo diesel
Da aurora ao luar o cavalgar ondulado
E a corrida ressequida dos dias
Inscrições de cimento e vida
Que correm pro céu corre(céu) de carrossel
E de tanto elo, de tanta corrente, de tanto correr
Se despedaçam os risos
E a tez enegrecida da lua
Traz o replicar dos sinos e tudo se divide:
Estampidos e gritos viram detritos de silencio
E de tanto abraço os braços se enlaçam
De tanta palavra a boca se cala
De tanto cavalgar as patas se partem
De tanto dar-se as mãos os dedos se abrem
E de resto sobra esse hesitar
Ah! Esse hesitar de amigos em conflito
Esse hesitar de amores retrô(cidos)
E dos grilos recolhendo magoas no telhado
Ah! Esse hesitar de tantos idos
De lagrimas, labirintos e hinos
Esse hesitar a adulterar o itinerário dos meninos
Epitáfio feito ao rebentar da vida
De mármore e morte
De resto sobra esse hesitar
Trancafiado em viés, trocando anéis
E correndo sempre para o mesmo lugar
Correndo pro céu corre(céu) de carrosséis
Edilberto Villanova
terça-feira, 10 de junho de 2008
O QUE FAZ BEM PRA SAÚDE?
Cada semana, uma novidade. A última foi que pizza previne câncer do esôfago.
Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas peraí, não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz eu me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois eu rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas, me incham o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais os médicos deveriam proibir - como doem!
Essa história de que sexo faz bem pra pele acho que é conversa, mas mal tenho certeza de que não faz, então, pode-se abusar.
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde.
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda.
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou muzzarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca.
Conversa é melhor do que piada.
Beijar é melhor do que fumar.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Tomo pouca água, bebo mais que um cálice de vinho por dia, faz dois meses que não piso na academia, mas tenho dormido bem, trabalhado bastante, encontrado meus amigos, ido ao cinema e confiado que tudo isso pode me levar a uma idade avançada.
Sonhar é melhor do que nada.
Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas peraí, não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz eu me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois eu rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas, me incham o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais os médicos deveriam proibir - como doem!
Essa história de que sexo faz bem pra pele acho que é conversa, mas mal tenho certeza de que não faz, então, pode-se abusar.
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde.
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda.
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou muzzarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca.
Conversa é melhor do que piada.
Beijar é melhor do que fumar.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Tomo pouca água, bebo mais que um cálice de vinho por dia, faz dois meses que não piso na academia, mas tenho dormido bem, trabalhado bastante, encontrado meus amigos, ido ao cinema e confiado que tudo isso pode me levar a uma idade avançada.
Sonhar é melhor do que nada.
Luís Fernando Verissimo
Postado por Hérika Prazeres
sábado, 7 de junho de 2008
Hoje é o futuro
O futuro é hoje.
Hoje é o futuro.
Então por que esperar?
O amanhã é um terreno incerto e escuro
Não se sabe o que tem por vir.
O presente virará passado.
E nós poderemos ser estória.
Relatos de livros e jornais.
Ou simplesmente mais um que nasceu e morreu sem dizer adeus.
Você já tem o passaporte.
Somos passageiro do tempo.
Com hora marcada de partir.
Louva o que tem para louvar;
Canta o que tem para cantar;
Chora o que tem para chorar;
Abraça o que tem para abraçar;
Ama o que tem para amar.
Não deixe o tempo passar.
E se poder escolher!
Não deixe que a sua preferência seja sua derrota no futuro.
Pois saiba que depende de você.
Eder Pereira
Hoje é o futuro.
Então por que esperar?
O amanhã é um terreno incerto e escuro
Não se sabe o que tem por vir.
O presente virará passado.
E nós poderemos ser estória.
Relatos de livros e jornais.
Ou simplesmente mais um que nasceu e morreu sem dizer adeus.
Você já tem o passaporte.
Somos passageiro do tempo.
Com hora marcada de partir.
Louva o que tem para louvar;
Canta o que tem para cantar;
Chora o que tem para chorar;
Abraça o que tem para abraçar;
Ama o que tem para amar.
Não deixe o tempo passar.
E se poder escolher!
Não deixe que a sua preferência seja sua derrota no futuro.
Pois saiba que depende de você.
Eder Pereira
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Horas Verdes
Agora meu peito é um rádio:
Pulsa ondas de baixa freqüência
Fragmentada(mente) lateja minha consciência
As palavras se interrompem em paredes imaginarias
Errantes, resvalam entre valas, declives
E tudo que há pela sala
São fantasmas invisíveis
Entre zonas de eras eternas
Eu tenho a cor da água
Eu corro em câmera lenta
Desencarnado, suponho um purgatório
Reconheço o infinito no espaço físico
Esvaeço no abstrato desse rio químico
Cuja fonte emana menta
N’algum canto em minha mente
Agora ao som da música em câmera lenta
Cada cena do cinema surreal
Em teatro, em som, em sombra, em cor
Em alma, como um Almodovar
Termina e recomeça sem um elo exato
Tenho asas no sapatos
Tenho um fardo na cabeça
E aos olhos da menina que me miram, luas cheias, posso ser um Deus
Ou posso ser o avesso
Recolhendo culpas num saco de lixo
Vivaldo Simão
Pulsa ondas de baixa freqüência
Fragmentada(mente) lateja minha consciência
As palavras se interrompem em paredes imaginarias
Errantes, resvalam entre valas, declives
E tudo que há pela sala
São fantasmas invisíveis
Entre zonas de eras eternas
Eu tenho a cor da água
Eu corro em câmera lenta
Desencarnado, suponho um purgatório
Reconheço o infinito no espaço físico
Esvaeço no abstrato desse rio químico
Cuja fonte emana menta
N’algum canto em minha mente
Agora ao som da música em câmera lenta
Cada cena do cinema surreal
Em teatro, em som, em sombra, em cor
Em alma, como um Almodovar
Termina e recomeça sem um elo exato
Tenho asas no sapatos
Tenho um fardo na cabeça
E aos olhos da menina que me miram, luas cheias, posso ser um Deus
Ou posso ser o avesso
Recolhendo culpas num saco de lixo
Vivaldo Simão
quarta-feira, 4 de junho de 2008
O pernilongo (conto)
Era o melhor dos mundos. Mata Atlântica e praia, num mesmo local, num mesmo momento. Uma varanda, uma churrasqueira (nunca usada, mas lá), uma rede.
Doces loiras a caminho do mar, The Beatles alto, a culpa baixa. E a pressa, nenhuma. Vinho.
Mas tinha pernilongo.
A primeira providência foi chamar o Flávio Scherer, cobra em telas para janelas. Fiz uma no meu escritório e outra entre a varanda e a sala. No quarto já tinha. Fechando a porta da cozinha eu estava salvo dele, o pernilongo.
Mas na primeira noite, já me sentindo isolado do zumbidinho e das picadonas, ele apareceu nos ares, ele estava lá. E pernilongo é maldoso. Não basta picar. Primeiro ele fica te azucrinando o ouvido. E você, feito um idiota, dando tapas na própria orelha. Não há nenhum registro no mundo de alguém que tenha matado um pernilongo assim.
No dia seguinte comprei aqueles tabletinhos verdes que coloca na tomada. E deixei, antes de ir dormir, o quarto todo borrifado com um spray que dizia que matava tudo. Fui deitar com um cheiro ruim no quarto. Mas quem é que aparece lá de madrugada? Como se a coisa não fosse com ele.
Levanto, acendo a luz. Vejo onde ele está, pego a toalha todo sonolento e vou à luta. Mas ele sempre ganha. Mesmo quando você acerta uma toalhada nele, ele dá uma de que vai a nocaute, mas faz uma curva no ar e vai lá para cima. A noite está perdida.
Chamo o Flávio de novo. Quero telas protetoras na cozinha, no outro quarto, na área de serviço, no quarto de empregada e no banheiro idem. Em uma semana a casa estava completamente protegida. E, quando eu entrava da rua era rápido e abria a porta o menos possível. Eu estava protegido. Ele não teria por onde entrar.
Duas da manhã, ele. Direto na minha orelha, me gozando, pensei. Mas por onde teria entrado? Não havia nenhuma possibilidade. Foi quando eu pensei que talvez ele já estivesse lá dentro quando o Flávio colocou todas as telas e ele estaria me avisando que queria sair. Mas era um só e eu resolvi ir à luta. Na mão esquerda um superjato e na direita a toalha. Fechei todas as portas do quarto. Era eu e ele. Um dos dois ia morrer. Não chegou a ser a Guerra dos 100 Anos, mas ele desaparecia como o Bin Laden, que era como eu o chamava: aparece, Bin, se você for macho! Já estava clareando quando eu acertei uma bordoada fatal nele. Sujou a parede de sangue. Sangue meu, naturalmente.
Na noite seguinte, outro. Resolvi olhar todas as telas, ver se havia uma frestinha. Nada, o Flávio é cobra. Quando entrei no banheiro, tinha dois lá dentro. Pensei: o ninho é aqui. E descobri. Eles entravam pela ventilação no teto. O Flávio colocou uma tela lá. Aproveitou e colocou outra debaixo do ralo.
Antes de ir dormir, chequei a casa toda. Não havia a menor possibilidade.
Até os ralos de todas as pias e banheiras, tapados. Hoje eu ia dormir em paz.
Dormi. Até que ele voltou. Acendi a luz e fiquei olhando para ele. Era o Bin Laden, eu havia matado o afegão, perdão, o pernilongo errado. Como que eu sabia que era o Bin? Minha senhora, eu estava havia dias convivendo com ele, conhecia seu jeitão, seu estilo de voar, e principalmente, sua voz.
Ele ficava zanzando na minha frente, parecendo que pedia uma trégua, um acordo. Fiz o tal de acordo. Me cubro todo e deixo o pé de fora. Você só pica o pé, tudo bem? Ele balançou a cabeça. E mais, pica uma vez só por noite. Tudo bem? E mais uma coisa e a mais importante de todas. Calado! Nada de zumbido no meu ouvido, pelo amor de Deus!
E assim foi. Meu pé direito começou a ficar inchado. E o Bin, gordo, imenso, tendo dificuldade até para vôos mais rasantes. Comecei a me afeiçoar a ele.
E tive a grande idéia. Toda noite, antes de dormir, fazia um micro furinho no dedo, saia um sanguinho, deixava num pires para ele. Na manhã seguinte o pires está limpinho. Impressionante.
Antes de ontem ele amanheceu morto, ao lado do pires. Deve ter morrido de velho. Ou de dengue.
Agora dormia tranqüilo, no silêncio das ondas do mar. Mas acordava sobressaltado toda hora: cadê o Bin? Cadê o Bin? E penso, de vez em quando:
será que ele morreu mesmo? Será que ele não vai aparecer a qualquer momento?
Não sei, mas continuo dormindo com o pé fora das cobertas. Quem sabe, né?
Mário Prata
escritor
Postado por Hérika Prazeres
Doces loiras a caminho do mar, The Beatles alto, a culpa baixa. E a pressa, nenhuma. Vinho.
Mas tinha pernilongo.
A primeira providência foi chamar o Flávio Scherer, cobra em telas para janelas. Fiz uma no meu escritório e outra entre a varanda e a sala. No quarto já tinha. Fechando a porta da cozinha eu estava salvo dele, o pernilongo.
Mas na primeira noite, já me sentindo isolado do zumbidinho e das picadonas, ele apareceu nos ares, ele estava lá. E pernilongo é maldoso. Não basta picar. Primeiro ele fica te azucrinando o ouvido. E você, feito um idiota, dando tapas na própria orelha. Não há nenhum registro no mundo de alguém que tenha matado um pernilongo assim.
No dia seguinte comprei aqueles tabletinhos verdes que coloca na tomada. E deixei, antes de ir dormir, o quarto todo borrifado com um spray que dizia que matava tudo. Fui deitar com um cheiro ruim no quarto. Mas quem é que aparece lá de madrugada? Como se a coisa não fosse com ele.
Levanto, acendo a luz. Vejo onde ele está, pego a toalha todo sonolento e vou à luta. Mas ele sempre ganha. Mesmo quando você acerta uma toalhada nele, ele dá uma de que vai a nocaute, mas faz uma curva no ar e vai lá para cima. A noite está perdida.
Chamo o Flávio de novo. Quero telas protetoras na cozinha, no outro quarto, na área de serviço, no quarto de empregada e no banheiro idem. Em uma semana a casa estava completamente protegida. E, quando eu entrava da rua era rápido e abria a porta o menos possível. Eu estava protegido. Ele não teria por onde entrar.
Duas da manhã, ele. Direto na minha orelha, me gozando, pensei. Mas por onde teria entrado? Não havia nenhuma possibilidade. Foi quando eu pensei que talvez ele já estivesse lá dentro quando o Flávio colocou todas as telas e ele estaria me avisando que queria sair. Mas era um só e eu resolvi ir à luta. Na mão esquerda um superjato e na direita a toalha. Fechei todas as portas do quarto. Era eu e ele. Um dos dois ia morrer. Não chegou a ser a Guerra dos 100 Anos, mas ele desaparecia como o Bin Laden, que era como eu o chamava: aparece, Bin, se você for macho! Já estava clareando quando eu acertei uma bordoada fatal nele. Sujou a parede de sangue. Sangue meu, naturalmente.
Na noite seguinte, outro. Resolvi olhar todas as telas, ver se havia uma frestinha. Nada, o Flávio é cobra. Quando entrei no banheiro, tinha dois lá dentro. Pensei: o ninho é aqui. E descobri. Eles entravam pela ventilação no teto. O Flávio colocou uma tela lá. Aproveitou e colocou outra debaixo do ralo.
Antes de ir dormir, chequei a casa toda. Não havia a menor possibilidade.
Até os ralos de todas as pias e banheiras, tapados. Hoje eu ia dormir em paz.
Dormi. Até que ele voltou. Acendi a luz e fiquei olhando para ele. Era o Bin Laden, eu havia matado o afegão, perdão, o pernilongo errado. Como que eu sabia que era o Bin? Minha senhora, eu estava havia dias convivendo com ele, conhecia seu jeitão, seu estilo de voar, e principalmente, sua voz.
Ele ficava zanzando na minha frente, parecendo que pedia uma trégua, um acordo. Fiz o tal de acordo. Me cubro todo e deixo o pé de fora. Você só pica o pé, tudo bem? Ele balançou a cabeça. E mais, pica uma vez só por noite. Tudo bem? E mais uma coisa e a mais importante de todas. Calado! Nada de zumbido no meu ouvido, pelo amor de Deus!
E assim foi. Meu pé direito começou a ficar inchado. E o Bin, gordo, imenso, tendo dificuldade até para vôos mais rasantes. Comecei a me afeiçoar a ele.
E tive a grande idéia. Toda noite, antes de dormir, fazia um micro furinho no dedo, saia um sanguinho, deixava num pires para ele. Na manhã seguinte o pires está limpinho. Impressionante.
Antes de ontem ele amanheceu morto, ao lado do pires. Deve ter morrido de velho. Ou de dengue.
Agora dormia tranqüilo, no silêncio das ondas do mar. Mas acordava sobressaltado toda hora: cadê o Bin? Cadê o Bin? E penso, de vez em quando:
será que ele morreu mesmo? Será que ele não vai aparecer a qualquer momento?
Não sei, mas continuo dormindo com o pé fora das cobertas. Quem sabe, né?
Mário Prata
escritor
Postado por Hérika Prazeres
sábado, 31 de maio de 2008
Cantada
Você é mais bonita que uma bola prateada de papel de cigarro
Você é mais bonita que uma poça dágua límpida num lugar escondido
Você é mais bonita que uma zebra
que um filhote de onça
que um Boeing 707 em pleno ar
Você é mais bonita que um jardim florido em frente ao mar em Ipanema
Você é mais bonita que uma refinaria da Petrobras de noite
mais bonita que Ursula Andress
que o palácio da Alvorada
mais bonita que a alvorada
que o mar azul-safira da República Dominicana
Olha,Você é tão bela quanto o Rio de Janeiro em maio
e quase tão bonita quanto a Revolução Cubana.
Ferreira Gullar
Escritor Maranhense
Postado por Hérika
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Poema àcido
Morda vossa laranja amarga
Pinte vossos olhos com cebola e limão
Guarde vossos chinelos, vosso segredos
E vossos brinquedos
O crepusculo e seus raios de fogo afungentaram o teu rebeto
e o teu regaço
E tú ficastes deserta, dispersa,
manchada de cinza e sangue
E quando o (ultra)sol(violeta)violentou teus olhos
Passastes a ouvir o grito preso na garganta
Passastes a sentir o ácido da lingua de quem te protegia
Ao ver que o livro de receitas lido pelo avesso discrepou tua rosa
Que a muito tempo já estava morta.
Agora Dê-me uma maçã
Um abacaxi, uma laranja amarga
Uma roupa rasgada, um perfume barato
Um coração de lata e um chocolate
E quando beberes o vinho lembre
Do cheiro e do sangue que ainda habita nossas roupas
Esqueça as lagrimas que desceram inuteis pelo esgoto
E veja que o que ardeu em nosso corpos
Hoje é neve, é nave
É um passaro, a fumaça
E as nuvens, é um rio, um mar e um poço.
Edilberto Vilanova
Pinte vossos olhos com cebola e limão
Guarde vossos chinelos, vosso segredos
E vossos brinquedos
O crepusculo e seus raios de fogo afungentaram o teu rebeto
e o teu regaço
E tú ficastes deserta, dispersa,
manchada de cinza e sangue
E quando o (ultra)sol(violeta)violentou teus olhos
Passastes a ouvir o grito preso na garganta
Passastes a sentir o ácido da lingua de quem te protegia
Ao ver que o livro de receitas lido pelo avesso discrepou tua rosa
Que a muito tempo já estava morta.
Agora Dê-me uma maçã
Um abacaxi, uma laranja amarga
Uma roupa rasgada, um perfume barato
Um coração de lata e um chocolate
E quando beberes o vinho lembre
Do cheiro e do sangue que ainda habita nossas roupas
Esqueça as lagrimas que desceram inuteis pelo esgoto
E veja que o que ardeu em nosso corpos
Hoje é neve, é nave
É um passaro, a fumaça
E as nuvens, é um rio, um mar e um poço.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 21 de maio de 2008
A canção do espirito
A canção do espirito
Adormece o corpo como febre
Faz valsa o batimento cardiaco
Entorpece a vida
E derrama gotas de delirio pela terra
Ah!Como soam bem esses novos acordes
Acorde!Repare nas cores transversais
Que desabam do seu
E se envenene com mel
Porque ainda há abelhas fecundando flores
E a pedra sempre pó
Traz de pouco a pouco a flor do sono
A eternidade é deserta e o corpo desbota
E como cai bem no desalinhar do corpo
Essas novas roupas
Ah!Como são sinceros nossos garotos
Como são modernas nossas moças
Amanhã ou depois virão outros
E tudo será memória
Em outros corpos os mesmo fantasmas
E a canção do espirito tocará
E vai haver dor e lagrima, mas
No fim, em casas subterraneas
Ficaram tons neutros e residuos de vozes
E será só cnção para todas as almas atrozes
Edilberto Vilanova
Adormece o corpo como febre
Faz valsa o batimento cardiaco
Entorpece a vida
E derrama gotas de delirio pela terra
Ah!Como soam bem esses novos acordes
Acorde!Repare nas cores transversais
Que desabam do seu
E se envenene com mel
Porque ainda há abelhas fecundando flores
E a pedra sempre pó
Traz de pouco a pouco a flor do sono
A eternidade é deserta e o corpo desbota
E como cai bem no desalinhar do corpo
Essas novas roupas
Ah!Como são sinceros nossos garotos
Como são modernas nossas moças
Amanhã ou depois virão outros
E tudo será memória
Em outros corpos os mesmo fantasmas
E a canção do espirito tocará
E vai haver dor e lagrima, mas
No fim, em casas subterraneas
Ficaram tons neutros e residuos de vozes
E será só cnção para todas as almas atrozes
Edilberto Vilanova
Chuva
Findou se o retirar dos retirantes
No vento a cantilena retumbante
Clarão no céu da patria neste instante
E lá na negra nuvem-nave adiante
Regalo raro para um povo errante
E brota o riso frouxo, a reza grata
O verso a anunciar contentamento
E baila a folha verde ao som do vento
E a dança do inverno adentra a mata
A nuvem conta-gotas pinga água
E paulatinamente a chuva desce
E a poça progressivamente cresce
Um sapo sorrateiro à poça salta
E solta um som aberto peito afora
E o velho diz que a chuva é o céu que chora
Agora,
O fim do estio afinal
Lá fora corre um rio vertical
Vivaldo Simão
No vento a cantilena retumbante
Clarão no céu da patria neste instante
E lá na negra nuvem-nave adiante
Regalo raro para um povo errante
E brota o riso frouxo, a reza grata
O verso a anunciar contentamento
E baila a folha verde ao som do vento
E a dança do inverno adentra a mata
A nuvem conta-gotas pinga água
E paulatinamente a chuva desce
E a poça progressivamente cresce
Um sapo sorrateiro à poça salta
E solta um som aberto peito afora
E o velho diz que a chuva é o céu que chora
Agora,
O fim do estio afinal
Lá fora corre um rio vertical
Vivaldo Simão
Paranoia
Perdi o sono e busquei estrelas
Acordei de um pesadelo e levantei mais cedo
Ouvi gritos,
Tive medo!
Agora já não há segredos:
Tudo se transforma em pesadelos
Psicopatas ambulantes em desespero
Parasitas e ignorantes à procura de travesseiro
Em sonhos lúcidos eu vejo o passado e esqueço o futuro
E progressivamente vou perdendo o medo
Caminhos cruzados, amores afugentados
Um grito não é mais desepero
Agora tudo vira desejo
Um desejo louco de ser
Um ensejo de amor na madrugada
O desejo louco se se perder entre as rosas
e encontrar logo o fim dessas estrada.
* dedicado a Lucilio e seu universo interior
Edilberto Vilanova
Acordei de um pesadelo e levantei mais cedo
Ouvi gritos,
Tive medo!
Agora já não há segredos:
Tudo se transforma em pesadelos
Psicopatas ambulantes em desespero
Parasitas e ignorantes à procura de travesseiro
Em sonhos lúcidos eu vejo o passado e esqueço o futuro
E progressivamente vou perdendo o medo
Caminhos cruzados, amores afugentados
Um grito não é mais desepero
Agora tudo vira desejo
Um desejo louco de ser
Um ensejo de amor na madrugada
O desejo louco se se perder entre as rosas
e encontrar logo o fim dessas estrada.
* dedicado a Lucilio e seu universo interior
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Versos para uma canção de amor
Se dentro das horas perdidas na escuridão da noite
A velocidade do raio derrubar as flores do teu jardim
E como um açoite, eletrificar o fio que guarda tuas roupas
Sou eu
Pra dizer que as estrelas caíram sobre mim
Sou eu
Pra dizer que a lua e seu cavalo chegaram ao fim
Ao fim de tudo
Ao fim do universo
E no futuro só restará um pano negro
E um céu rasgado em verso
Postas sobre a mesa: as velhas flores que tu me deste
Papeis rasgados, poemas, garrafas
E cigarros
E no futuro: o vácuo, a solidão, mais nada
Os corpos se dividiram e só encontraram o fim da estrada
Já é madrugada
Por isso, meu amor
Só pra me ver sorrir
Diz que ainda pouco tu pensavas em mim
Por isso, meu amor
Antes do fim
Só pra me ver sorrir
Diga que ainda pouco
Tu pensavas em mim
Edilberto Vilanova
A velocidade do raio derrubar as flores do teu jardim
E como um açoite, eletrificar o fio que guarda tuas roupas
Sou eu
Pra dizer que as estrelas caíram sobre mim
Sou eu
Pra dizer que a lua e seu cavalo chegaram ao fim
Ao fim de tudo
Ao fim do universo
E no futuro só restará um pano negro
E um céu rasgado em verso
Postas sobre a mesa: as velhas flores que tu me deste
Papeis rasgados, poemas, garrafas
E cigarros
E no futuro: o vácuo, a solidão, mais nada
Os corpos se dividiram e só encontraram o fim da estrada
Já é madrugada
Por isso, meu amor
Só pra me ver sorrir
Diz que ainda pouco tu pensavas em mim
Por isso, meu amor
Antes do fim
Só pra me ver sorrir
Diga que ainda pouco
Tu pensavas em mim
Edilberto Vilanova
Selos
Concedo demasiado amor nos meus defeitos
Antes que eu suspenda a alma
Terei um mundo sem jeito
Contragulo beijos com bocas passadas
Depois de tanto se amar eu não sinto saudades de mim
Passei o muro para o lado de fora
Fiquei dentro do mundo perfeito
Não corrí com medo dos olhos da sombra
Apenas me neguei ao sentimento claro
Comprimido nos lençois da alma
Não tiraram de mim, ainda, o lacre
Preciso morrer
Eu quero perder o selo.
Arlam Marques
Antes que eu suspenda a alma
Terei um mundo sem jeito
Contragulo beijos com bocas passadas
Depois de tanto se amar eu não sinto saudades de mim
Passei o muro para o lado de fora
Fiquei dentro do mundo perfeito
Não corrí com medo dos olhos da sombra
Apenas me neguei ao sentimento claro
Comprimido nos lençois da alma
Não tiraram de mim, ainda, o lacre
Preciso morrer
Eu quero perder o selo.
Arlam Marques
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Liquidificador
Agora vejo, meu amor, que nosso amor
Passou
Como um triturador de flor
A flor da pele, de tão flor, degredou
E vôou leve : isopor
Agora vejo, meu amor, que o segredo da maçã
Ganhou a acidez do beijo
E os aneis que revelavam a paz do nosso mundo
Se perderam dos dedos
E para as chaves da dor não há chaveiros
Agora eu te imploro em segredo:
Por favor, meu bem
Guarde meus sapatos e compre novos brinquedos
Deixa a flor do teu seio secar em outra mão
Deixa o mel dos teus olhos escorrer por outros olhos
e quando ele disser que te ama
Desfolhe o teu corpo em outra boca
Enquanto isso eu ficarei
A brincar de ser lobisomem
E me assutarei com outros homens
E quando a noite for pouca tú ouvirás um grito
Abafado, alcoolizado e rouco
E sentirás o sangue do prazer escorrer entre tuas pernas
E quando a noite for longa
Haverá a velha flor que tu me deste
Já seca mas ainda umida
Haverá vinho sobre a mesa
E para contemplar teu desamor
Haverá um fio de voz oca
Um corpo vazio,
um espaço vago,
Um riso irregular,
Algumas batatas podres,
Abacaxis e cebolas
E enfim, para liquidificar a dor,
Um liquidificador.
Edilberto Vilanova
Passou
Como um triturador de flor
A flor da pele, de tão flor, degredou
E vôou leve : isopor
Agora vejo, meu amor, que o segredo da maçã
Ganhou a acidez do beijo
E os aneis que revelavam a paz do nosso mundo
Se perderam dos dedos
E para as chaves da dor não há chaveiros
Agora eu te imploro em segredo:
Por favor, meu bem
Guarde meus sapatos e compre novos brinquedos
Deixa a flor do teu seio secar em outra mão
Deixa o mel dos teus olhos escorrer por outros olhos
e quando ele disser que te ama
Desfolhe o teu corpo em outra boca
Enquanto isso eu ficarei
A brincar de ser lobisomem
E me assutarei com outros homens
E quando a noite for pouca tú ouvirás um grito
Abafado, alcoolizado e rouco
E sentirás o sangue do prazer escorrer entre tuas pernas
E quando a noite for longa
Haverá a velha flor que tu me deste
Já seca mas ainda umida
Haverá vinho sobre a mesa
E para contemplar teu desamor
Haverá um fio de voz oca
Um corpo vazio,
um espaço vago,
Um riso irregular,
Algumas batatas podres,
Abacaxis e cebolas
E enfim, para liquidificar a dor,
Um liquidificador.
Edilberto Vilanova
Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Postado por Hérika
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você
Tom Jobim
Postado por Hérika
terça-feira, 1 de abril de 2008
Quatro Estações
Flores de maio,
sol de verão
A primavera está chegando
É o fim da solidão
O pardal encontrou casa
E a andorinha ninho para si
E eu os teus altares
Nuvens e raios sobre o sertão
Avisa lá que está chovendo
É o fim da sequidão
Diz ainda que a gente
Conseguiu sobreviver à dor
E Deus mandou a chuva
Primavera e verão no outono
Ou inverno, então
O Senhor é o meu Pastor
Na alegria e na dor
Eu confio em Ti, Senhor
Nada vai me separar do teu amor
Kleber Lucas
Postado por Hérika
domingo, 23 de março de 2008
Samba de amar errado
Ah!esse caoticoração não sabe o que quer
Renegando o altar que essa mulher
Dispõe ao meu amor
Que o amor de outra mulher
Não quis provar
Fez pouco caso
Olhou de lado
E eu de tão acostumado
Ao fado de amar errado
De a-mar-es amargos dantes navegados
Encarei a tempestade sem saber
Que dessa vez era mais sério
Qual misterio esse: gostar do avesso do amor, a indiferença
E essa outra que me tem tanto zelo
Se despedaça inteira em apelo
Sobre meu peito: puro gelo pra esse amor
Que estimarei quando não mais tê-lo
For um erro consumado enfim
Vivaldo Simão
Renegando o altar que essa mulher
Dispõe ao meu amor
Que o amor de outra mulher
Não quis provar
Fez pouco caso
Olhou de lado
E eu de tão acostumado
Ao fado de amar errado
De a-mar-es amargos dantes navegados
Encarei a tempestade sem saber
Que dessa vez era mais sério
Qual misterio esse: gostar do avesso do amor, a indiferença
E essa outra que me tem tanto zelo
Se despedaça inteira em apelo
Sobre meu peito: puro gelo pra esse amor
Que estimarei quando não mais tê-lo
For um erro consumado enfim
Vivaldo Simão
sexta-feira, 7 de março de 2008
CARTA PRA O CARNAVAL
Todo ano é a mesma coisa: você chega, fica aqui três dias e aí vai embora.
Volta um ano depois, todo animadinho, querendo me levar para a gandaia.
Olha, honestamene, cansei.
Seus amigos, bando de mascarados, defendem você.
Dizem que sempre foi assim, festeiro, brincalhão, mas que no fundo é supertradicional, e de raízes cristãs, e só quer tornar as pessoas mais felizes.
Para mim? Carnaval, desengano...você recorre à sua origem popular e incentiva
essas fantasias nas pessoas, de que você é o máximo, é pura alegria, mas não passa de entrudo mal-intencionado, um folguedo, que nunca viu um dia de trabalho na vida.
Acha-se a coisa mais linda do mundo e é cafonice pura. Vive desfilando pelas ruas, junto com os bêbados, relembrando o passado. Chega a ser triste.
Carnaval, você tem um chefe gordo e bobalhão que se acha um rei, mas não manda em nada. Nunca teve um relacionamento duradouro. Basta chegar perto de você e temos que agüentar aquelas fotos de mulheres nuas, que são o seu grande orgulho. Você não tem vergonha, não?
Sei que as pessoas adoram você, Carnaval, mas eu estou cansada dos seus excessos e dessa sua existência improdutiva. Seja menos repetitivo, proponha algo novo. Desde que o conheço, você gosta das mesmas músicas. Gosta de baile. Desculpa, mas estou pulando fora.
Será que essa sua alegria toda não é para esconder alguma profunda tristeza? Será que você canta para não chorar? Tentei, várias vezes, abordar essas questões, e você sempre mudou de assunto.
Ora, chega dessa loucura. Reconheça que você se esconde atrás de uma dupla personalidade.
Cada vez mais e mais pessoas ficam incomodadas com essa sua falsa euforia, fique sabendo.
Conheço várias que fogem, querendo distância das suas brincadeiras.
Você oprime todo mundo com esse seu deslumbramento excessivo diante das coisas, sabia?
Por exemplo, essa sua mania de camarote. Onde os vips podem suar sem que isso pareça nojento.
Onde se pode falar torto sem que seja errado. Todos vestidos de uniforme, senão não entram. Todos doidos para passar a mão na bunda um do outro.
Essa é a sua idéia de curtir a vida?
Menos purpurina, Carnaval. Menos bundas, menos dentes para fora. A vida é linda, mas a " lindeza do lindo mais lindo que há no lindíssimo" é um saco.
Um pouco de calma e autocrítica nunca fez mal a ninguém.
Tudo muda no mundo - por que você insiste em continuar o mesmo?
A harmonia vem da evolução, não das alegorias.
Chegou a hora de rodar a baiana para não atravessar na avenida.
Como será amanhã? Respona quem puder.
Beijos.
Fernanda Young
Postado por Hérika
Volta um ano depois, todo animadinho, querendo me levar para a gandaia.
Olha, honestamene, cansei.
Seus amigos, bando de mascarados, defendem você.
Dizem que sempre foi assim, festeiro, brincalhão, mas que no fundo é supertradicional, e de raízes cristãs, e só quer tornar as pessoas mais felizes.
Para mim? Carnaval, desengano...você recorre à sua origem popular e incentiva
essas fantasias nas pessoas, de que você é o máximo, é pura alegria, mas não passa de entrudo mal-intencionado, um folguedo, que nunca viu um dia de trabalho na vida.
Acha-se a coisa mais linda do mundo e é cafonice pura. Vive desfilando pelas ruas, junto com os bêbados, relembrando o passado. Chega a ser triste.
Carnaval, você tem um chefe gordo e bobalhão que se acha um rei, mas não manda em nada. Nunca teve um relacionamento duradouro. Basta chegar perto de você e temos que agüentar aquelas fotos de mulheres nuas, que são o seu grande orgulho. Você não tem vergonha, não?
Sei que as pessoas adoram você, Carnaval, mas eu estou cansada dos seus excessos e dessa sua existência improdutiva. Seja menos repetitivo, proponha algo novo. Desde que o conheço, você gosta das mesmas músicas. Gosta de baile. Desculpa, mas estou pulando fora.
Será que essa sua alegria toda não é para esconder alguma profunda tristeza? Será que você canta para não chorar? Tentei, várias vezes, abordar essas questões, e você sempre mudou de assunto.
Ora, chega dessa loucura. Reconheça que você se esconde atrás de uma dupla personalidade.
Cada vez mais e mais pessoas ficam incomodadas com essa sua falsa euforia, fique sabendo.
Conheço várias que fogem, querendo distância das suas brincadeiras.
Você oprime todo mundo com esse seu deslumbramento excessivo diante das coisas, sabia?
Por exemplo, essa sua mania de camarote. Onde os vips podem suar sem que isso pareça nojento.
Onde se pode falar torto sem que seja errado. Todos vestidos de uniforme, senão não entram. Todos doidos para passar a mão na bunda um do outro.
Essa é a sua idéia de curtir a vida?
Menos purpurina, Carnaval. Menos bundas, menos dentes para fora. A vida é linda, mas a " lindeza do lindo mais lindo que há no lindíssimo" é um saco.
Um pouco de calma e autocrítica nunca fez mal a ninguém.
Tudo muda no mundo - por que você insiste em continuar o mesmo?
A harmonia vem da evolução, não das alegorias.
Chegou a hora de rodar a baiana para não atravessar na avenida.
Como será amanhã? Respona quem puder.
Beijos.
Fernanda Young
Postado por Hérika
QUANDO SE ESTÁ SÓ
Quando se está só
O silêncio é mais profundo
As noites são mais longas,
O frio mais intenso
E até a própria sombra
Parece estar mais junta
Como se soubesse
Quando se está só.
Quando se está só
Um grito é desespero,
Sussurro é loucura, um estalo mete medo
E a mão forte aparece e está sempre nos sonhos
Eternos pesadelos, quando se está só
Quando se está só, se está porque deseja
Pois Ele, com certeza, não foge de ninguém
Deus está sempre perto; amigo, braço aberto
Convida a ir com Ele pra não mais se estar só
Jorge Camargo
Postado por Hérika
O silêncio é mais profundo
As noites são mais longas,
O frio mais intenso
E até a própria sombra
Parece estar mais junta
Como se soubesse
Quando se está só.
Quando se está só
Um grito é desespero,
Sussurro é loucura, um estalo mete medo
E a mão forte aparece e está sempre nos sonhos
Eternos pesadelos, quando se está só
Quando se está só, se está porque deseja
Pois Ele, com certeza, não foge de ninguém
Deus está sempre perto; amigo, braço aberto
Convida a ir com Ele pra não mais se estar só
Jorge Camargo
Postado por Hérika
ABISMO DE GERAÇÕES
Eu tenho a leve impressão
De que as coisas têm mesmo é que melhorar
Porque do jeito que estão
Não suporto, não podem continuar
Quando ele é "sim", eu sou "não"
Se ele é "certeza", eu "sei lá"
E entre nós se abrindo o abismo vai
Das gerações
Já não consigo entender
O seu jeito esquisito de conversar
"Eu tô legal, pode crer
Dá um tempo que a vida 'inda vai rolar"
Sou Fluminense, ele é "Flá"
Se eu sou conversa, ele é "plá"
E entre nós se abrindo o abismo vai
Das gerações...
Por isso Deus tem que ser pra nós
Ponto de encontro uma mesma voz
Que nos converte um ao outro e nos traz a paz
Por isso Deus tem que ser pra nós
Ponto de encontro uma mesma voz
Que nos converte um ao outro e nos traz a paz
Abismos nunca mais
João Alexandre
Postado por Hérika
De que as coisas têm mesmo é que melhorar
Porque do jeito que estão
Não suporto, não podem continuar
Quando ele é "sim", eu sou "não"
Se ele é "certeza", eu "sei lá"
E entre nós se abrindo o abismo vai
Das gerações
Já não consigo entender
O seu jeito esquisito de conversar
"Eu tô legal, pode crer
Dá um tempo que a vida 'inda vai rolar"
Sou Fluminense, ele é "Flá"
Se eu sou conversa, ele é "plá"
E entre nós se abrindo o abismo vai
Das gerações...
Por isso Deus tem que ser pra nós
Ponto de encontro uma mesma voz
Que nos converte um ao outro e nos traz a paz
Por isso Deus tem que ser pra nós
Ponto de encontro uma mesma voz
Que nos converte um ao outro e nos traz a paz
Abismos nunca mais
João Alexandre
Postado por Hérika
É PROIBIDO PENSAR
Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar nesse esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições
A extravagância vem de todos os lados
E faz chover profetas apaixonados
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Com suas canções
Estar de bem com vida é muito mais que renascer
Deus já me deu sua palavra
E é por ela que ainda guio o meu viver
Reconstruindo o que Jesus derrubou
Re-costurando o véu que a cruz já rasgou
Ressuscitando a lei pisando na graça
Negociando com Deus
No show da fé milagre é tão natural
Que até pregar com a mesma voz é normal
Nesse evangeliquez universal
Se apossando do céus
Estão distantes do trono,caçadores de deus
Ao som de um shofar
E mais um ídolo importado dita as regras
Pra nos escravizar.
É proibido pensar
Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar nesse esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições
Meras repetições
É proibido pensar
João Alexandre
Acompanhe a entrevista sobre a letra da música "É proibido pensar"
http://www.mensagemonline.org.br/joao
Postado por Hérika
Pois não consigo me encaixar nesse esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições
A extravagância vem de todos os lados
E faz chover profetas apaixonados
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Com suas canções
Estar de bem com vida é muito mais que renascer
Deus já me deu sua palavra
E é por ela que ainda guio o meu viver
Reconstruindo o que Jesus derrubou
Re-costurando o véu que a cruz já rasgou
Ressuscitando a lei pisando na graça
Negociando com Deus
No show da fé milagre é tão natural
Que até pregar com a mesma voz é normal
Nesse evangeliquez universal
Se apossando do céus
Estão distantes do trono,caçadores de deus
Ao som de um shofar
E mais um ídolo importado dita as regras
Pra nos escravizar.
É proibido pensar
Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar nesse esquema
São sempre variações do mesmo tema
Meras repetições
Meras repetições
É proibido pensar
João Alexandre
Acompanhe a entrevista sobre a letra da música "É proibido pensar"
http://www.mensagemonline.org.br/joao
Postado por Hérika
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Poemelodia
Dizem que a poesia é a mãe das artes
E que a música é a mais completa das artes,
Dizei-me então: qual a mais bela das artes?
Se há poesia na música
E música na poesia
E que a música é a mais completa das artes,
Dizei-me então: qual a mais bela das artes?
Se há poesia na música
E música na poesia
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Estou voltando...
Ontem, na hora do almoço, o feijão não me soou com o mesmo gosto e na cabaça já não mais se escondia aquele restinho de água que o sol da manhã me ajudou poupar. Depois do almoço, quando pontinhas de sono cobriam meus olhos, sonhei com carne de boi feita em panelas de ferro no fogão de vovó, lá nas bimbocas da cachininga. Velha de tempêro ardido e de uma mão divina no conduzir de uma panela.
Lembro-me também que nesta hora vovô chegava de uma espera de viado. Dizia ele ao chegar: "como ou não nessas encostas" e logo se agasalhava sobre os pés de uma cadeira, com fumo e palha de milho na mão começava a contar a mim e meus primos dos bichos e assombrações que o mesmo encontrou na noite que se foi no último nascer do sol. Eu e meus primos ouviamos!. Vovó pisava carne no pilão do alpendre e de lá vinha aquela vontade de que o almço chegasse logo.
Tio Toim chegava e contava que a sogra dele havia sido picada de cobra. Vovô brincava dando lhe os parabéns. Vovó logo o repreendia e já corria ao quarto da dispensa e de um buraco na parede arracava um pote de azeite de burití: grande brigador e combatente contra veneno de cobra na crendiçe dela. A velha sogra do tio tem o santo forte e sangue de mandipueira, graçejava vovô ao ouvir dizer que a envenenada já lograva melhora.
Naquela hora, mais calma, vovó deitava a panela na cozinha e, feito passarinhos, eu e meus primos nos chamavamos ao propósito dos nosso estomagos em aflição. Neste instante, um formigão malvado morde minha orelha e eu me dou conta do inferno que despoja meu corpo e o suor do meu rosto me traz a lembrança do restinho de água na cabaça.
Arlam Marques
Lembro-me também que nesta hora vovô chegava de uma espera de viado. Dizia ele ao chegar: "como ou não nessas encostas" e logo se agasalhava sobre os pés de uma cadeira, com fumo e palha de milho na mão começava a contar a mim e meus primos dos bichos e assombrações que o mesmo encontrou na noite que se foi no último nascer do sol. Eu e meus primos ouviamos!. Vovó pisava carne no pilão do alpendre e de lá vinha aquela vontade de que o almço chegasse logo.
Tio Toim chegava e contava que a sogra dele havia sido picada de cobra. Vovô brincava dando lhe os parabéns. Vovó logo o repreendia e já corria ao quarto da dispensa e de um buraco na parede arracava um pote de azeite de burití: grande brigador e combatente contra veneno de cobra na crendiçe dela. A velha sogra do tio tem o santo forte e sangue de mandipueira, graçejava vovô ao ouvir dizer que a envenenada já lograva melhora.
Naquela hora, mais calma, vovó deitava a panela na cozinha e, feito passarinhos, eu e meus primos nos chamavamos ao propósito dos nosso estomagos em aflição. Neste instante, um formigão malvado morde minha orelha e eu me dou conta do inferno que despoja meu corpo e o suor do meu rosto me traz a lembrança do restinho de água na cabaça.
Arlam Marques
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Epifania
E de repente, em mais um
Dos teus passos lentos
Tú toparás com um papel
Em branco à tua frente
Então o branco da vida
Se perderá no tempo
Dispersando tuas pétalas
Jogando tua grande rosa ao vento
Assim tú encontrarás tua alma
Como uma faca de dois gumes
Apontada para tuas nádegas
E enfim tú verás
Que não valeu de nada
As tuas tristes mágoas
* Dedicado a Laécio Galileu
Edilberto Vilanova
Dos teus passos lentos
Tú toparás com um papel
Em branco à tua frente
Então o branco da vida
Se perderá no tempo
Dispersando tuas pétalas
Jogando tua grande rosa ao vento
Assim tú encontrarás tua alma
Como uma faca de dois gumes
Apontada para tuas nádegas
E enfim tú verás
Que não valeu de nada
As tuas tristes mágoas
* Dedicado a Laécio Galileu
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Santos!!!
Somos o fruto perdido da plantação, sonhado nos cabarés
Banhado a vinho maravilhoso
Produzido sobre os pés de negros passados
Fui e somos, eu e meu presente, o passado daquele futuro que nunca vem
Comprei um quilo de esperana nos olhos da negra de bunda larga
Bunda como aquela ilude vários olhos de bundas inimaginaveis
Será que somos perfeitos quando o bico do peito de nossa amiga ficou à nossa frente
Eu fui tão perfeito que quis tê-lo sempre
Ah como sou santo de olhos fechados
Nessa hora as bundas não fazem mal
Elas apenas aparecem onde niguém consegue pegar
Arlam Marques
Banhado a vinho maravilhoso
Produzido sobre os pés de negros passados
Fui e somos, eu e meu presente, o passado daquele futuro que nunca vem
Comprei um quilo de esperana nos olhos da negra de bunda larga
Bunda como aquela ilude vários olhos de bundas inimaginaveis
Será que somos perfeitos quando o bico do peito de nossa amiga ficou à nossa frente
Eu fui tão perfeito que quis tê-lo sempre
Ah como sou santo de olhos fechados
Nessa hora as bundas não fazem mal
Elas apenas aparecem onde niguém consegue pegar
Arlam Marques
Super(nova)
Quando o sol puser a cara do mundo
Cara-a-cara entenderei que o intinerário é raio perdido
Entre o Câncer e a Aids
E a química desabrochada do corpo
O tronco desatinado e oco
Discrepará os rios(ultra) violetas
E a terra será purpura ou flash vermelho
Um delta de fogo, um grito
um susto, uma dor e um rito
tambores ritmando o ritmo descompassado da vida
E quando o sol for a cara do mundo
Não haverá fronteiras nem continentes
Haverá radioterapia e quimioterapia
e assim, entenderei o vazio que há
entre meu corpo e o corpo alheio
Enfim saberei do meu avesso
Do meu caminho e meu endereço
Edilaberto Vilanova
Cara-a-cara entenderei que o intinerário é raio perdido
Entre o Câncer e a Aids
E a química desabrochada do corpo
O tronco desatinado e oco
Discrepará os rios(ultra) violetas
E a terra será purpura ou flash vermelho
Um delta de fogo, um grito
um susto, uma dor e um rito
tambores ritmando o ritmo descompassado da vida
E quando o sol for a cara do mundo
Não haverá fronteiras nem continentes
Haverá radioterapia e quimioterapia
e assim, entenderei o vazio que há
entre meu corpo e o corpo alheio
Enfim saberei do meu avesso
Do meu caminho e meu endereço
Edilaberto Vilanova
sábado, 13 de outubro de 2007
bala perdida
um ponto
um gatilho
um encontro
surge mirabolante
furiosa
com destino certo
tenebrosa
perdida?
não.
em busca de vida.
desatinando o tempo
denorteando mundo
cortando vento
paaaaa!!!!
um grito
um choro
um nó
das cinzas
do pó
Eder pereira
um gatilho
um encontro
surge mirabolante
furiosa
com destino certo
tenebrosa
perdida?
não.
em busca de vida.
desatinando o tempo
denorteando mundo
cortando vento
paaaaa!!!!
um grito
um choro
um nó
das cinzas
do pó
Eder pereira
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Deficiências
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. "Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.. "Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. "Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês."Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. "Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce."Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre. "
Mario Quintana (escritor gaúcho 30/07/1906 -05/05/1994).
Postado por Hérika Prazeres
Poema Mudo
"O que é que se diz
Quando todos os poetas já disseram tudo?"
Silenciei e fiz esse poema mudo
Vivaldo Simão
Quando todos os poetas já disseram tudo?"
Silenciei e fiz esse poema mudo
Vivaldo Simão
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Fênix
Calou-se uma voz
Quedou-se um anjo
Calou-se um canto
Velou-se um corpo
Cala-te pobre anjo
Chora por tua morte
Chora por tua estrela
Porém chora em silencio
Esvaiu-se uma flor
Calou-se o amor
Ouviu-se um grito
Escancarou-se um riso
Ouviu-se uma voz
Levantou-se um anjo
Ouviu-se um canto
Ressuscitou-se um espírito.
Edilberto Vilanova
Quedou-se um anjo
Calou-se um canto
Velou-se um corpo
Cala-te pobre anjo
Chora por tua morte
Chora por tua estrela
Porém chora em silencio
Esvaiu-se uma flor
Calou-se o amor
Ouviu-se um grito
Escancarou-se um riso
Ouviu-se uma voz
Levantou-se um anjo
Ouviu-se um canto
Ressuscitou-se um espírito.
Edilberto Vilanova
O galo
O sertanejo bateu as asas
E foi para São Paulo
Eis que levou consigo um galo
E um cabrito enfeitado
E foi para São Paulo
Eis que levou consigo um galo
E um cabrito enfeitado
Antes do entardecer
O sertanejo brigava com o diabo
Foi quando Deus apareceu
Num trem hidráulico
E disse: paz para um homem cansado!
Eis que quando o trem passou
O galo cantou
E os homens acordaram para o trabalho
E antes do anoitecer
O galo voltou a cantar
E bateu as asas
E o sertanejo voltou pra casa.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Fulgor
Chegou de repente
Aquecendo meu coração
Esqueci-me do tempo
E saí da solidão
Deliro no seu corpo
No seu rosnar sonolento
Queria subir ao céu
No fulgor do pensamento
Vejo-te a todo instante
Com uma saudade latente
Quero um beijo sem fim
Quero um afago ao vento
Enche-me de vibrações intensas
Na vasta calmaria do poente
E aqueça-me em teus braços
Torne me emocional e ardente
Lecy Carvalho
Aquecendo meu coração
Esqueci-me do tempo
E saí da solidão
Deliro no seu corpo
No seu rosnar sonolento
Queria subir ao céu
No fulgor do pensamento
Vejo-te a todo instante
Com uma saudade latente
Quero um beijo sem fim
Quero um afago ao vento
Enche-me de vibrações intensas
Na vasta calmaria do poente
E aqueça-me em teus braços
Torne me emocional e ardente
Lecy Carvalho
Sonho Competitivo
Dispara ao longe
Os primeiros raios de sol
O farfalhar das folhas,
O uivo do vento
Traz o prenuncio desse novo despertas
Sons inertes, em alerta
Nos tornando dispresos
Para esse dia resplandecente
Girando em torno do universo
Um dia de luta,
Um dia de briga,
Um dia de vida
Sonhos concretizados
Outros desiludidos
E depois de exterminada
A última questão
A sorte estará lançada
Aos concorrentes da imensidão
Mas a vida é uma incognita constante
Ganhamos ou perdemos num instante
E só não ganha aquele que não tem
Coragem pra competir
Lecy Carvalho
Os primeiros raios de sol
O farfalhar das folhas,
O uivo do vento
Traz o prenuncio desse novo despertas
Sons inertes, em alerta
Nos tornando dispresos
Para esse dia resplandecente
Girando em torno do universo
Um dia de luta,
Um dia de briga,
Um dia de vida
Sonhos concretizados
Outros desiludidos
E depois de exterminada
A última questão
A sorte estará lançada
Aos concorrentes da imensidão
Mas a vida é uma incognita constante
Ganhamos ou perdemos num instante
E só não ganha aquele que não tem
Coragem pra competir
Lecy Carvalho
Rotatividade
Nas nuvens esparsas da tarde
O fim de um dia reluzente
O sol que outrora tão forte
Se escondia no poente
A lua chega de mansinho
Trazendo estrelas cadentes
E sobre a noite solitaria
Aquece corações ardentes
Agora a cidade dorme
Banhando se toda em luar
Revigorando nossas forças
Nos dando asas pra voar
Mas logo o dia amanhece
Pondo-se em rotatividade
E entre risos e burburinhos
Fortalece-se a cidade
Lecy Carvalho
O fim de um dia reluzente
O sol que outrora tão forte
Se escondia no poente
A lua chega de mansinho
Trazendo estrelas cadentes
E sobre a noite solitaria
Aquece corações ardentes
Agora a cidade dorme
Banhando se toda em luar
Revigorando nossas forças
Nos dando asas pra voar
Mas logo o dia amanhece
Pondo-se em rotatividade
E entre risos e burburinhos
Fortalece-se a cidade
Lecy Carvalho
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Retirante
Retirante
Re
Ti
Ra
A
Ti
Ra
Errante
E
Dês(ata)
Desse sono
De pedras dantes
Retirante
No horizonte
O arco(iris) se esconde
E do dragão nebuloso
Surge um trovão e um relâmpago
Um machado e uma nave
Trincheira e almo(fadas)
Uma espada e um buraco
B
U
R
A
C
O
R
A
S
O
Buraco ralo
Onde o boi bebe água
E um sapo baba
Ser-tão brabo
Onde o sol arde
E os pólos e as peles
E a flor e os pelos
Viram eletricidade
E se o fio de cobre cobrir
A entrada do buraco
RE
TI
RA
As cordas
Acorda
Forme acordes
De cada fibra
De cada fio
Com o corte nas amarras
O cordão desata as cordas
Esconda os nós
A poeira e os cipós
A nave louca anuncia
Vidasobremorte
E mortesobrevida
E da esquina do desespero
Uma vaca mocha bebe petróleo
A cada morte e vida Severina
Explode a nova bomba de Hiroxima
E Severino retirante resvala
E só a cigana louca do Pernambuco
Sabe do teu fado
Do teu reboco
Do teu rebento
Do teu cimento
Dos teu as(falto)
Do teu regaço
E ainda há carne seca no telhado
Retira
Atira
Errante
E desata
Desse sonho
De pedras dantes
Retirante
Re
Ti
Ra
A
Ti
Ra
Errante
E
Dês(ata)
Desse sono
De pedras dantes
Retirante
No horizonte
O arco(iris) se esconde
E do dragão nebuloso
Surge um trovão e um relâmpago
Um machado e uma nave
Trincheira e almo(fadas)
Uma espada e um buraco
B
U
R
A
C
O
R
A
S
O
Buraco ralo
Onde o boi bebe água
E um sapo baba
Ser-tão brabo
Onde o sol arde
E os pólos e as peles
E a flor e os pelos
Viram eletricidade
E se o fio de cobre cobrir
A entrada do buraco
RE
TI
RA
As cordas
Acorda
Forme acordes
De cada fibra
De cada fio
Com o corte nas amarras
O cordão desata as cordas
Esconda os nós
A poeira e os cipós
A nave louca anuncia
Vidasobremorte
E mortesobrevida
E da esquina do desespero
Uma vaca mocha bebe petróleo
A cada morte e vida Severina
Explode a nova bomba de Hiroxima
E Severino retirante resvala
E só a cigana louca do Pernambuco
Sabe do teu fado
Do teu reboco
Do teu rebento
Do teu cimento
Dos teu as(falto)
Do teu regaço
E ainda há carne seca no telhado
Retira
Atira
Errante
E desata
Desse sonho
De pedras dantes
Retirante
sábado, 11 de agosto de 2007
Vida
Na hora da matina
o mundo segue acelerando
a vida passa
telas;
metais;
plásticos e vidros
fazem a vida mais fácil
mas encurtam o tempo
com pressa de chegar
momento confuso de parar
a vida passa
homens a trabalhar
inertizando a vida
gritos de motores dando a partida
cuidado! vidros!
a vida passa
arvorespapeis nutrem a riqueza
movem a morte
cuidado!
homem pensando
bomba relógio
-tic,tac,tic,tac!
bum mm!
a vida passa
Eder pereira
o mundo segue acelerando
a vida passa
telas;
metais;
plásticos e vidros
fazem a vida mais fácil
mas encurtam o tempo
com pressa de chegar
momento confuso de parar
a vida passa
homens a trabalhar
inertizando a vida
gritos de motores dando a partida
cuidado! vidros!
a vida passa
arvorespapeis nutrem a riqueza
movem a morte
cuidado!
homem pensando
bomba relógio
-tic,tac,tic,tac!
bum mm!
a vida passa
Eder pereira
.............Extrapolei os sonhos!Vivenciei as mágoas. Convivi com fracos, suportei os falsos. Mantive-me em pé, mesmo com as pedras me atingindo em cheio. Varri da alma a revolta O desprezo inútil,As críticas, e a descrença falsa. Reabri meu coração à vidaLutei, Deixei reflorescer a ternura. Olhei em volta e para o céu sem fim...Contemplei a beleza das coisas mas simples e ternas ...me conformei com o mundo, me conformei com a vida.Com a vida e com o mundo......que mereci pra mim que me presentearam...Obrigada, Senhor, pela volta que a vida me fez dar.Aprendi a amar-te, sem mandamentos,Aprendi a viver sem cobranças...Aprendi a dizer e ouvir o lado das coisaspela simples razão de te amar...JOCIELMA SANTOS
A dor da saudade.........
Meus olhos banhados em prantos , demonstram a dor da saudade....
saudade de você que está tão longe de mim agora....
SAUDADE...
do abraço apertado;
do corpo colado;
do beijo roubado..............horas passadas ao sol, ao vento, ao tempo...
Tempo irremediável à volta, a gestos, a palavras..enfim a vida...
VIDA que se carrega;
AMOR que se entrega;
TEMPO que se nega;
Sem chances...vivo o passado distante e guardo de lembranças os momentos ausentes, tentando me libertar do presente eme conformar com o futuro.
Jocielma Santos.........In Goiás.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Cirurgia
Sonhos e cortes de sol
Medos, desejos e revoltas
Entrelaçados
Nas revistas e nos lençois
Sonhos e cortes de metal
O ferro marca a carne
E alma forma uma viajem
Quando repartem se os laços
E cada um toma o seu lado
E a cada novo corte
Um novo sonho é formado
Até que o corpo
Não tenha mais espaço
Para novos cortes
E na busca pelos sonhos
Encontra-se
Com o mais completo dos sonhos
Que se faz com um único corte
O corte que esgota o sangue
O sonho que completa o homem:
A morte.
Edilberto Vilanova
Medos, desejos e revoltas
Entrelaçados
Nas revistas e nos lençois
Sonhos e cortes de metal
O ferro marca a carne
E alma forma uma viajem
Quando repartem se os laços
E cada um toma o seu lado
E a cada novo corte
Um novo sonho é formado
Até que o corpo
Não tenha mais espaço
Para novos cortes
E na busca pelos sonhos
Encontra-se
Com o mais completo dos sonhos
Que se faz com um único corte
O corte que esgota o sangue
O sonho que completa o homem:
A morte.
Edilberto Vilanova
Banditismo
Há alguém a bater na porta
Será a vida ou será a morte?
Alguém a bater na porta
A vida ou a morte?
Na porta
A vida ou a morte
Porta
Vida
Morte
Na porta
A vida ou a morte
A vida ou a morte?
Morte
Será a vida ou será a morte?
Alguém a bater na porta
A vida ou a morte?
Na porta
A vida ou a morte
Porta
Vida
Morte
Na porta
A vida ou a morte
A vida ou a morte?
Morte
Um anjo camelo? (conto)
Os tempos eram outros. O cinema não tinha cadeiras confortáveis e inclinadas, daquelas que permitem a alguém sentar na frente e não incomodar os que estão atrás.
O cinema tinha cadeiras dobradas, como cadeiras de praia de luxo, no tom vermelho.
Era complicado escolher entre as pipocas e as balas. Escolhia a pipoca e ficava com saudade das balas. Não havia saco grande, médio e pequeno. Havia um saquinho e pronto.
Gostava de chegar um pouco antes de começar o filme. Assim escolhia um lugar com a frente vaga.
Durante os trailers, ansiava e me enervava com quem chegava. Um senhor com lanterna e quepe de motorista acompanhava os atrasados aos lugares que restavam. Senhores como ele, eram chamados de "lanterninhas". (essa profissão não existe mais).
Dos 7 aos 8 anos, nunca encontrei sorte. Sempre uma mesma pessoa sentava na minha frente. Não que fosse enorme. Na verdade, até um pavão seria enorme para minha idade. Mas o homenzinho exibia duas corcovas nas costas. Ou seria uma? não me recordo se parecia um camelo ou um dromedário.
As corcovas eram maiores que sua cabeça e muito maiores do que a minha, e eu não enxergava absolutamente nada.
Não assisti aos filmes de minha infância. Assisti as corcovas do sujeito, que usava um terninho apertado.
As corcovas se mexiam, como se houvesse alguma coisa ali escondida. Um imensa barriga que vinha das costas.
Uma imensa barriga com fome. Havia barulho de pombas se mexendo.
Todo filme acabava sendo de terror, pelo medo que guardava das corcovas.
A minha irmã não queria trocar de lugar comigo. Ainda me falou aos ouvidos que ele era um anjo.
Como anjo não pode entrar no cinema, precisava engavetar as asas. Fiquei com mais medo dele ainda. Como poderia gritar ao anjo:" Saia da minha frente!" Seria horrível não poderia fazer mais a primeira comunhão. Eu estava no banheiro quando, atrás de mim, entra o homenzinho.
Ai, meu Deus. Quase volto, mas finjo que lavo as mãos. Ele começa a tirar o casaco.
Faltou coragem para olhar aos lados. Juro que ouvi um vento fortíssimo secando meu rosto e arrepiando os cabelos. A janela apareceu aberta.
Fabrício Carpinejar
Postado por Hérika Prazeres.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
POR ONDE ANDARÁ...
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Noticia
A qualquer hora haverá noticia de vida
A qualquer hora haverá noticia de morte
Quando a aurora desabrochar teu sonho pequeno
Convida-me para ver teu filho,
Convida-me para ver teu norte
Mas antes que seja tarde sela o teu cavalo
Sai pela porta de entrada e depois de um tempo,
Convida-me para ver tua casa
E quando a aurora desabrochar teu sonho pequeno
Olha teu filho,
Beija teu fantasma,
Beba teu veneno,
Vê que o nosso amor não deu em nada
E tenha cuidado:
Pois
A qualquer hora haverá noticia de vida
A qualquer hora haverá noticia de morte
O que arde debaixo do sol
Desaparece
O que arde debaixo do sol
Permanece
Edilberto Vilanova
Migração
Dois virgens
Um noturno de Chopin,
O vinho tinto,
O aroma da amanhã,
O inceso,
O silencio
Assentando sobre o quarto.
Envolto pela ânsia e a meia-luz
Dois pares de olhos flamejantes,
Hesitantes olhos!
E a brancura dos lençois:
Oceano insinuante de aguas serenas
Nos convida a navegar
Sendo partida e destino um do outro
Agora, a nossa volta ruídos serenos
E a vida que se derrama silenciosa e lenta
Uma brisa se insinua entre as flores
E eu prendo o instante entre os dedos,
Enquanto o tenho junto das mãos
As mãos que são dadas às
E te convidam a provar comigo
A maravilha de viver
Lá fora a cidade adormecida e quente
Parece incapaz
De supor nós dois.
Vivaldo Simão
O vinho tinto,
O aroma da amanhã,
O inceso,
O silencio
Assentando sobre o quarto.
Envolto pela ânsia e a meia-luz
Dois pares de olhos flamejantes,
Hesitantes olhos!
E a brancura dos lençois:
Oceano insinuante de aguas serenas
Nos convida a navegar
Sendo partida e destino um do outro
Agora, a nossa volta ruídos serenos
E a vida que se derrama silenciosa e lenta
Uma brisa se insinua entre as flores
E eu prendo o instante entre os dedos,
Enquanto o tenho junto das mãos
As mãos que são dadas às
E te convidam a provar comigo
A maravilha de viver
Lá fora a cidade adormecida e quente
Parece incapaz
De supor nós dois.
Vivaldo Simão
Efêmera Jornada
Um belo dia você nasce então,
Derrama do peito um grito
E logo é tomado pelas mãos
Dos que esperam de você
O desenlace de anseios falidos.
Lhe jogam num colégio
Pra aprende as regras cedo
Lhe regam a flor do medo
Pra não ter rebelião
E a dança é sempre a mesma:
Vão viver a sua vida por você
Talhar ideologias,moldar comportamentos
Lhe fazer acreditar que é natural
E que tudo não passa de um mal necessário
Vem um breve instante de luz
E logo se diz:
“Por que passar por tudo isso
Se o fim é sempre o mesmo?
E se busca resposta,se espera...
E esperar é dor,então se esquece
Um belo dia a gente morre
Lança no ar o último suspiro
Sem saber o motivo
E do sentido de estar vivo
Vivaldo Simão
Derrama do peito um grito
E logo é tomado pelas mãos
Dos que esperam de você
O desenlace de anseios falidos.
Lhe jogam num colégio
Pra aprende as regras cedo
Lhe regam a flor do medo
Pra não ter rebelião
E a dança é sempre a mesma:
Vão viver a sua vida por você
Talhar ideologias,moldar comportamentos
Lhe fazer acreditar que é natural
E que tudo não passa de um mal necessário
Vem um breve instante de luz
E logo se diz:
“Por que passar por tudo isso
Se o fim é sempre o mesmo?
E se busca resposta,se espera...
E esperar é dor,então se esquece
Um belo dia a gente morre
Lança no ar o último suspiro
Sem saber o motivo
E do sentido de estar vivo
Vivaldo Simão
terça-feira, 10 de julho de 2007
quinta-feira, 5 de julho de 2007
I MOSTRA DE CINEMA DA VILLA DO MOCHA
O FILME O CORONEL E O LOBISOMEM, SERÁ UMA DAS ATRAÇÕES DA MOSTRA
A Secretaria Municipal de Cultura comunica, que por questões estruturais, a I MOSTRA DE CINEMA DA VILLA DO MOCHA, que acontecerá do dia 9 ao dia 13 de julho, acontecerá na Casa de Cultura Solar das 12 Janelas e não nos bairros como estava na programação. Queremos retificar o comunicado e dizer que o festival de cinema, será intensificado no segundo semestre nos bairros da cidade e na zona rural do município, através do projeto PREFEITURA ITINERANTE.
PROGRAMAÇÃO
Casa de Cultura Solar das 12 Janelas
Horário: 20h
Segunda – 09 de julho
Filme: Amor, sexo e traição
Terça – 10 de julho
Filme: Os 2 filhos de Francisco
Quarta – 11 de julho
Filme: O coronel e lobisomem
Quinta – 12 de julho
Filme: O homem que copiava
Sexta – 13 de julho
Filme: Cipriano ( Primeiro longa piauiense )
Abril Despedaçado
PROGRAMAÇÃO
Casa de Cultura Solar das 12 Janelas
Horário: 20h
Segunda – 09 de julho
Filme: Amor, sexo e traição
Terça – 10 de julho
Filme: Os 2 filhos de Francisco
Quarta – 11 de julho
Filme: O coronel e lobisomem
Quinta – 12 de julho
Filme: O homem que copiava
Sexta – 13 de julho
Filme: Cipriano ( Primeiro longa piauiense )
Abril Despedaçado
segunda-feira, 2 de julho de 2007
POR QUE???
Propaganda
Dessa vez não é poesia,crónica ou coisa do tipo.Só quero divulgar aqui nesse espaço o endereço de blog interressantes pra vcs darem uma conferida:
O 1º é do nosso copanheiro de UESPI, Junior Viana, acadêmico de História www.mosaicodavila.blogspot.com
Em seguida o Blog genial da Babi (Barbara Sá), um verdadeira poetiza
www.dizetudireieu.blogspot.com
E por último o blog do Centro Acadêmico de Letras Português – Pirajá
http://geleiageraluespi.zip.net
O 1º é do nosso copanheiro de UESPI, Junior Viana, acadêmico de História www.mosaicodavila.blogspot.com
Em seguida o Blog genial da Babi (Barbara Sá), um verdadeira poetiza
www.dizetudireieu.blogspot.com
E por último o blog do Centro Acadêmico de Letras Português – Pirajá
http://geleiageraluespi.zip.net
domingo, 1 de julho de 2007
HOJE
Extrapolei os sonhos!
Vivenciei as mágoas.
Convivi com fracos,
suportei os falsos.
Mantive-me em pé,
mesmo com as pedras me atingindo em cheio.
Varri da alma a revolta
O desprezo inútil,
As críticas,
e a descrença falsa.
Reabri meu coração à vida
Lutei,
Deixei reflorescer a ternura.
Olhei em volta e para o céu sem fim...
Contemplei a beleza das coisas mas simples e ternas
...me conformei com o mundo, me conformei com a vida.
Com a vida e com o mundo...
...que mereci pra mim que me presentearam...
Obrigada, Senhor, pela volta que a vida me fez dar.
Aprendi a amar-te, sem mandamentos,
Aprendi a viver sem cobranças...
Aprendi a dizer e ouvir o lado das coisas
pela simples razão de te amar...
JOCIELMA SANTOS
EU
sexta-feira, 29 de junho de 2007
D3C1FR4 M3
Respire, não pare, permaneça respirando
O aroma toxico da manhã
Os automóveis lançam no ar seu monóxido
E o lixo sonóro que transborda do radio
Envenena seu ouvido
Mas ouça, não pare de ouvir, permaneça atento
Uma nova informação a cada momento
Enturvando os sentidos
Mas não feche os olhos, permaneça atento
Porque a porta aberta
para o claro enigma
Que oculta a vida
Convida a entrar
Vivaldo Simão
O aroma toxico da manhã
Os automóveis lançam no ar seu monóxido
E o lixo sonóro que transborda do radio
Envenena seu ouvido
Mas ouça, não pare de ouvir, permaneça atento
Uma nova informação a cada momento
Enturvando os sentidos
Mas não feche os olhos, permaneça atento
Porque a porta aberta
para o claro enigma
Que oculta a vida
Convida a entrar
Vivaldo Simão
Amemos
Ontem amei a a história que sonhei a vida inteira
Só que a história, como as outras, terminou
Porque minha sombra não passou naquele fim de noite
com os vaga lumes que tomavam a estrada.
Ah!noite imensa!Por que não sentes a minha dor e acordas logo?
Chame o dia!Preciso falar com ele!
Tem uma flor doente nos meus olhos
Um rio corre em meu seco sorriso
para rumos imemoraveis
Oh!Noites!por que os amores consomem se no silencio das nossas vozes?
Noites azuis de ares quentes,
Dea mores passados entre gemidos mudos
Começo a amanhecer minha sombra no lito deste amor
Que enlaça tão bem minha vontade de dizer:
Amemos!
Arlam Marques
Só que a história, como as outras, terminou
Porque minha sombra não passou naquele fim de noite
com os vaga lumes que tomavam a estrada.
Ah!noite imensa!Por que não sentes a minha dor e acordas logo?
Chame o dia!Preciso falar com ele!
Tem uma flor doente nos meus olhos
Um rio corre em meu seco sorriso
para rumos imemoraveis
Oh!Noites!por que os amores consomem se no silencio das nossas vozes?
Noites azuis de ares quentes,
Dea mores passados entre gemidos mudos
Começo a amanhecer minha sombra no lito deste amor
Que enlaça tão bem minha vontade de dizer:
Amemos!
Arlam Marques
Crônica
O relógio da matriz denuncia que já são seis horas e do horizonte já é possível vê-las vindo de longe.Mesmo assim, é possível ver seus instrumentos: paus, pedras, vassouras, ciscadores, tambores (não os de Angola, Luanda, pois não serão os deuses d’africa os louvados), mas sim os da sociedade, que não as vê.Mas eu as vejo, mudas, sem vida, sem desejos, sem inspiração.Por que será que só na calada da noite é que elas surgem? Por que não nas quintas ou sextas-feiras pra que o mundo as veja?Será que só eu as vejo?Será que Deus as vê?
O trabalho começa.
De um ponto qualquer elas começam a varrer a cidade-centro.Impetuosamente alguém cai e logo em seguida é levantado.Corro pra ver quem é e vejo a surpresa: Meu Deus!Não é ninguém!É a vontade de viver.É possível ver crianças.Significa que ainda há esperança, mas em que?
O trabalho é em união, mas ao mesmo tempo solitário e por que não solidário para consigo?
O trabalho de um dia terminou.As pás, os ciscadores, o lixo, a vida, os instrumentos, os tambores foram recolhidos e guardados Deus sabe onde.
Igor Literato
O trabalho começa.
De um ponto qualquer elas começam a varrer a cidade-centro.Impetuosamente alguém cai e logo em seguida é levantado.Corro pra ver quem é e vejo a surpresa: Meu Deus!Não é ninguém!É a vontade de viver.É possível ver crianças.Significa que ainda há esperança, mas em que?
O trabalho é em união, mas ao mesmo tempo solitário e por que não solidário para consigo?
O trabalho de um dia terminou.As pás, os ciscadores, o lixo, a vida, os instrumentos, os tambores foram recolhidos e guardados Deus sabe onde.
Igor Literato
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Derme
Neste momento estou sozinho
Mas com um lamento,
Sinto frio sem tua derme
Que me esquenta
Sinto a presença tua que atormenta
E não deixa meu pensamento
E o frio aumenta
Mesmo contigo nos meus sentimentos
E ao passar dos minutos
Vou ficando frio
E sem acalento
Esperando que o sono
Entorpeça meus pensamentos
Raphael Fontinelle
Mas com um lamento,
Sinto frio sem tua derme
Que me esquenta
Sinto a presença tua que atormenta
E não deixa meu pensamento
E o frio aumenta
Mesmo contigo nos meus sentimentos
E ao passar dos minutos
Vou ficando frio
E sem acalento
Esperando que o sono
Entorpeça meus pensamentos
Raphael Fontinelle
COTIDIANO
Carros agitam-se no vai e vem
Fumaças exalam-se em direção ao céu
Na passarela, brancos, negros, pardos
Mostram a confusão de raças que o Brasil tem.
Na esquina mendigos desolados
Estendendo a mão para o senhor de gravata
Tiros!
__ Pá! Pá! Pá!
Correria em meios a gritos e desespero
Mais que morre, mais um que mata
Noticias frescas na banca de jornal
Mortes, violências e outra vez um escândalo no Planalto Central.
__ Podem encostar hoje ta barato!
__ Aqui tem tudo meu senhor!
__ Leve dez por um!
A pobreza driblando a burguesia
Criando caos
Contornando fatos cheios de maresia
__ Vamo seu filho da puta sai se não...
__ Rum, rum, rummmmmm...
__ Pá! Pá! Pá!
__ Puf! Track!
A ambição falou mais alto
Vidros quebrados, curiosos e muito sangue no asfalto
__ Uiu, uiu, uiu!
Policia
IML
Ninguém viu, ninguém sabe nada
Tudo arquivado
A sociedade segue com medo na calçada
...
Transito parado
Malabarismo na faixa
Vidro limpado
Rosto conformado
Na TV, palavras soam promessas em ação
Prometem futuros marcados por corrupção
Crianças saem de uma escola
Defrontam com uma imagem degradante...
Esmola
Olho que vêem e não sentem
Passam e disfarçam
Deixando tudo permanente.
EDER PEREIRA
Fumaças exalam-se em direção ao céu
Na passarela, brancos, negros, pardos
Mostram a confusão de raças que o Brasil tem.
Na esquina mendigos desolados
Estendendo a mão para o senhor de gravata
Tiros!
__ Pá! Pá! Pá!
Correria em meios a gritos e desespero
Mais que morre, mais um que mata
Noticias frescas na banca de jornal
Mortes, violências e outra vez um escândalo no Planalto Central.
__ Podem encostar hoje ta barato!
__ Aqui tem tudo meu senhor!
__ Leve dez por um!
A pobreza driblando a burguesia
Criando caos
Contornando fatos cheios de maresia
__ Vamo seu filho da puta sai se não...
__ Rum, rum, rummmmmm...
__ Pá! Pá! Pá!
__ Puf! Track!
A ambição falou mais alto
Vidros quebrados, curiosos e muito sangue no asfalto
__ Uiu, uiu, uiu!
Policia
IML
Ninguém viu, ninguém sabe nada
Tudo arquivado
A sociedade segue com medo na calçada
...
Transito parado
Malabarismo na faixa
Vidro limpado
Rosto conformado
Na TV, palavras soam promessas em ação
Prometem futuros marcados por corrupção
Crianças saem de uma escola
Defrontam com uma imagem degradante...
Esmola
Olho que vêem e não sentem
Passam e disfarçam
Deixando tudo permanente.
EDER PEREIRA
GRASSAR
Rutilantemente nasci
Sem anjo torto
Vivo.
Depois
Morto.
Tive que morrer
Pra aprender viver
Tive que pecar
Pra aprender amar
Tive que chorar
Pra aprender sorrir
Mediei-me em meio a percas
Descrenças;
Farpas;
Cercas.
A certeza da morte
Traz-me a dúvida da vida
Antologicamente vivi quase tudo
Mas nem tudo é vivido.
EDER PEREIRA
Sem anjo torto
Vivo.
Depois
Morto.
Tive que morrer
Pra aprender viver
Tive que pecar
Pra aprender amar
Tive que chorar
Pra aprender sorrir
Mediei-me em meio a percas
Descrenças;
Farpas;
Cercas.
A certeza da morte
Traz-me a dúvida da vida
Antologicamente vivi quase tudo
Mas nem tudo é vivido.
EDER PEREIRA
SAUDADE
SAUDADE
A VIDA COSTUMA TER FIM.
O INCERTO NÃO USA PREVISÕES;
QUERIA ANTECIPAR O ETERNO;
OUVIR NOVAMENTE A TUA VOZ.
VOCÊ FOI A PERFEIÇÃO PRA MIM .
TEUS OLHOS PREGADOS NOS MEUS FICOU;
E ANTES QUE SE APAGASSE A CHAMA
PERMITA-ME DAR MAIS UM GOLE EM VOCÊ;
CONTEMPLAR O ÚLTIMO OLHAR, TALVEZ O MAIS TERNO.
OS OLHOS DE DEUS PARECERAM DE PEDRA NESTE MOMENTO.
QUANDO CALOU O CANTO DO TEU SUSPIRO;
O CEU DESBOTOU, O CHÃO SE ABRI;
CHOREI A DOR MAIS PROFUNDA,DURA, SECA, MUDA;
PERMITA-ME UM SINGULAR A DEUS;
QUE DURARÁ O ETERNO DO MEU EXISTIR.
O QUE RESTOU DA PRESENÇA TEM GOSTO DE FEL.
O TEMPO NÃO MAIS EXISTE PARA O LEMBRAR QUE MACHUCA;
DEIXEI-O IR, MAS PEDI EM SILÊNCIO
QUE ME ESPERASSE NA ETERNIDADE.
TEREI ESQUECIDO VOCÊ ASSIM QUE O ETERNO CHEGAR AO FIM.
SOCORRO XAVIER
PASSAGEM
PASSAGEM
Por instantes uma vida,
por minutos sonhos,
por segundos interrogações...
e por mais que seja dificil aceitar ...
fica a pergunta:
o que somos???
o que temos???
o que fomos??
nunca passamos de mera passagem,
mero discípulo da vontade de deus...
há passagem e pessoas que deixam marcas,
outras nem arranhões...
a vida é uma viagem e por ela andamos
tentando entender o por que do passado.
a razão do presente.
e tentando adivinhar o que ocorrerá no futuro.
vida
viva-a.
JOCIELMA
Trabalho Escolar
Vem a necessidade sob a precisão
Vem a professora sobre a decisão
Vem o corpo discente euforico atuar
Quando a professora quer que o máximo de nós venhamos dar
Eu trabalho na esquina, no bar da Maria
Meus colegas não fazem nada e se ocupam todo dia
Busco um pouco de espaço na minha decisão
De querer ser aluno sem querer explicação
Desculpe-me por essas bobagens que acabo de escreve
rSem elas me conheceriam sem ter de mim o que dizer
Arlam Marques
Vem a professora sobre a decisão
Vem o corpo discente euforico atuar
Quando a professora quer que o máximo de nós venhamos dar
Eu trabalho na esquina, no bar da Maria
Meus colegas não fazem nada e se ocupam todo dia
Busco um pouco de espaço na minha decisão
De querer ser aluno sem querer explicação
Desculpe-me por essas bobagens que acabo de escreve
rSem elas me conheceriam sem ter de mim o que dizer
Arlam Marques
Brumas do Mocha
Nas brumas leves do Mocha
Revejo no pensamento
A minha infancia dourada
Correndo a todo momento
Caia na tua correnteza
Respirando tua beleza
Nos momentos perdidos no tempo
Na viajem do pensamento
Sonhos que se fazem pó
No mato que cresce ao redor
Dos rochedos e alvoredos
O riacho Mocha se faz só
Lecy Carvalho
Revejo no pensamento
A minha infancia dourada
Correndo a todo momento
Caia na tua correnteza
Respirando tua beleza
Nos momentos perdidos no tempo
Na viajem do pensamento
Sonhos que se fazem pó
No mato que cresce ao redor
Dos rochedos e alvoredos
O riacho Mocha se faz só
Lecy Carvalho
quarta-feira, 27 de junho de 2007
TEMPO
TEMPO
As palavras me fogem com o pranto...
Lágrimas rolam pela minha face,
Outras se acalentam em meu peito com a dor da incerteza do futuro,
E a certeza de um querer inevitável de amar,
Sofrer se necessário;
Sorrir quando possível, se entregar...
Viver.
Mas condiciona-se a vida a uma passagem,
Onde deveríamos aproveitar os momentos sem pensar no futuro...
Mas como???
O tempo nos persegue,
Nos encurrala, e extrai aos poucos o que de bom conquistamos...
O tempo rouba meu tempo,
Deixa-me sem tempo para vida.
Com o tempo construímos planos,
Edificamos ideais,
E realizamos sonhos...Agora sinto que ele levou o meu “eu”,
Sinto-me sem identidade...ele levou minha outra metade,
Destruindo,
Despedaçando tudo que sonhava ser e ter,
Um pouco para mim...
VOCÊ!!
Sinto que tenho que ir,
O tempo corre a minha frente,
Ele está à espera....
Más ficará no peito a certeza,
Do entrar e sair de seres em nossas vidas,
E uma certeza maior ainda,
Q eu o amor permanece e o tempo o adormece,
Mas jamais apagará.
JOCIELMA
Dizer
Diga briga a todo o mundo
Diga: mundo vagabundo
Fale diga
Diga fale
Chore dizendo
Diga chorando
Chore sorrindo
Apareça dizendo
Diga desapareça
Obedeça diga
Mexa-se folgado
Onde dizem?
Esqueça o dizer
Diga esqueçer
Diga merda à vida
Vida diga merda
Lixo digamos
Lixo falemos
Somos lixo recompondo
Disseram:
Aproveite
Respeite
Se ajeite
Arlam Marques
Diga: mundo vagabundo
Fale diga
Diga fale
Chore dizendo
Diga chorando
Chore sorrindo
Apareça dizendo
Diga desapareça
Obedeça diga
Mexa-se folgado
Onde dizem?
Esqueça o dizer
Diga esqueçer
Diga merda à vida
Vida diga merda
Lixo digamos
Lixo falemos
Somos lixo recompondo
Disseram:
Aproveite
Respeite
Se ajeite
Arlam Marques
Acalento
Dorme Oeiras querida
Berço do meu Piauí
Esqueçe de tantos lamentos
Do povo que vive aqui
Acalenta teu povo sofrido
Das perdas e predestinações
Permita que o raiar de um novo dia
Aqueça nossos corações
Que neste novo despertar
O dia nasça diferente
Discrepando entre as nuvens
O sol do nosso firmamento
O horizonte da labuta
Desta gente serena e inconsequente
Que sonha com seus amores
E com um dia reluzente
Dorme minha Oeiras querida
Dorme... e esqueçe do tempo
Lecy Carvalho
Berço do meu Piauí
Esqueçe de tantos lamentos
Do povo que vive aqui
Acalenta teu povo sofrido
Das perdas e predestinações
Permita que o raiar de um novo dia
Aqueça nossos corações
Que neste novo despertar
O dia nasça diferente
Discrepando entre as nuvens
O sol do nosso firmamento
O horizonte da labuta
Desta gente serena e inconsequente
Que sonha com seus amores
E com um dia reluzente
Dorme minha Oeiras querida
Dorme... e esqueçe do tempo
Lecy Carvalho
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